Uma denuncia gravíssima feita por uma contemplada do programa habitacional do governo federal Minha Casa Minha Vida em Itapetinga, chegou ao Tribuna na manhã desta quinta-feira (17). A senhora mãe de três filhos, Liviane de Jesus Souza, solicitou que nossa reportagem fosse até as instalações da Secretaria de Ação Social para ouvi-la e registrar uma possível fraude.

Segundo a informante, seu nome saiu na lista do programa. Ela foi selecionada para receber uma das residências no José Ivo, assinou  toda a documentação e aguardaria apenas o dia de mudar para a sua nova casa. Mas para sua surpresa, quando foi receber a chave no Ginásio de Esporte, foi informada que um “anônimo” tinha feito uma denuncia e Liviane já não poderia mais receber o imóvel. Desde então a Sra Liviane, que reside com sua família em um comodo doado pelo seu sogro no Bairro Américo Nogueira, resolveu correr atrás do prejuízo. Para provar que não tem casa própria, ela recorreu ao Cartório de Registro de Imóveis da cidade, solicitando uma certidão que prove sua afirmação.

Secretaria irresponsavelmente acata denuncia anônima e pune uma família

As informações passadas pelos funcionários da Secretaria de Ação Social dão conta de que irresponsavelmente a secretária de Desenvolvimento Social acatou a denuncia anônima feita contra a senhora Liviane. Uma pessoa não identificada teria ligado e informado que ela já possuía casa própria. Como um órgão que se diz sério recebe uma denuncia anônima e puni uma família desta forma?

Ela diz uma coisa e faz outra

A quase 15 dias atrás Verônica Rodrigues “nossa secretária de Desenvolvimento Social”, concedeu uma entrevista ao programa de José Elias na Rádio Fascinação. Foi questionada por ouvintes sobre varias denuncias feitas através da mídia, denuncias que davam conta de assessores de vereadores, pessoas ligadas a 1ª dama e outras fora dos padrões estabelecidos que estavam sendo beneficiados. Em contrapartida, as famílias mais carentes e necessitadas foram esquecidas e excluídas. Um blog  da cidade chegou a divulgar que muitas famílias que já haviam sido selecionadas foram descartadas e outras que nem sequer tinham os nomes na lista, foram contempladas no programa.

Para justificar, Verônica deu a seguinte resposta “só podemos tirar a casa de alguém se essas denuncias forem provadas. Caso alguém que está denunciando tenha provas concretas, que leve a Secretaria e então tomaremos as devidas providencias”.

Como pode-se fazer um discurso deste e tentar excluir uma família pobre e necessitada porque alguém ligou e deu uma informação anônima?

Vereador Tarugão solicita provas da denuncia

O caso também foi levado pela vitima ao conhecimento do vereador Tarugão (PRP). O edil se dirigiu a secretária e foi recebido depois de muita pressão. Para sua indignação, foi informado de que não há registro de quem denunciou e, nenhum documento que comprove que Liviane tenha uma casa própria.

Ministério Público, cadê você?

A respeito deste assunto que não é novo em Itapetinga, quero deixar a minha opinião.

Recentemente li algo que me chamou a atenção e quero compartilhar aqui  “quando a política penetra no recinto dos Tribunais, a Justiça se retira por alguma porta.” (Guizot)

Seria isso uma realidade no município? Quantas famílias podem ter sido prejudicadas? Liviane teve coragem e mostrou que estava sendo injustiçada. Por vários dias foi a Secretaria em busca de solução, todas as vezes tentaram enganá-la com conversa fiada. Quase chorando ela contou: “tentei resolver isso da melhor forma, só que eles não estavam demonstrando qualquer interesse, foi aí que resolvi chamar vocês” finalizou.

Solicitamos ao Ministério Público que investigue estes fatos e aos vereadores que denuncie, pois está comprovado que existe erros gravíssimos acontecendo na seleção das casas do governo federal. Redação do Tribuna

Fonte: Tribuna de Itapetinga