hottonA UTC Engenharia, investigada na Operação Lava Jato e que doou o valor de R$ 300 mil para o PMDB baiano na campanha para as eleições de 2014, também disponibilizou a mesma quantia para o senador do PSD, Otto Alencar, presidente regional da legenda. A assessoria do pessedista confirmou que a doação foi feita à pessoa física do senador da República, registrada na prestação de contas eleitoral no dia 25 de agosto de 2014.

O deputado federal Jutahy Magalhães (PSDB) Júnior também recebeu na campanha eleitoral dinheiro da empresa investigada na Lava Jato. O tucano tem registrado na prestação de contas o valor de R$ 50 mil doados pela UTC.

Mas se engana quem pensa que parou por aí. A construtora baiana investiu pesado nas eleições de políticos da boa terra. No total foram aproximadamente R$ 2,5 milhões.

Além do R$ 1,5 milhão doado a governador Rui Costa, dos R$ 300mil que Otto recebeu e dos R$ 50 mil para o tucano Jutahy Júnior, outros parlamentares também dividiram as fatias do bolo, de acordo com as prestações de contas das campanhas de 2014 .

O deputado estadual Fábio Souto (DEM- R$ 100mil), o deputado federal Bebeto Galvão (PSB – R$ 50 mil), o deputado estadual Adolfo Viana (PSDB – R$ 50 mil) e o investigado na Operação Lava Jato, Mário Negromonte (PP – RS 100 mil) engordam a lista de doações da UTC Engenharia na Bahia.

Um consórcio formado por UTC, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht — todas investigadas na Operação Lava-Jato e suspeitas de integrarem o “clube do cartel” — executa as obras. O grupo venceu uma concorrência no fim de 2013 para obras em Angra 3, no valor de R$ 3,1 bilhões. Por ter saído vencedor, o consórcio optou por um pacote de obras que inclui edificações não nucleares, no valor de R$ 1,75 bilhão.

Lava Jato

Na última edição da Revista Veja, traz detalhes da delação premiada do engenheiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia. Pessoa é tido como chefe do cartel de empresas que atuava na Petrobras e um dos principais focos de investigações da Lava Jato.

Em documento, o empresário conta como teria financiado despesas de “18 figuras coroadas da República”, “à margem da lei e distribuiu propinas”.

A reportagem cita entre os favorecidos a presidente Dilma Rousseff (R$ 7,5 milhões), o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, além dos senadores Aloysio Nunes (PSDB), Benedito de Lira (PP), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), entre muitos outros.