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Silvia de Andrade Fialho, 45 anos, sofre de Esclerodermia* e artrite reumática. Segundo Crispina Fraga de Souza, 45 anos, prima da paciente, há cerca de seis anos ela sofre com a doença e após passar por consultas em hospitais da rede privada, ela foi encaminhada para Hospital das Clínicas para passar por quimioterapia, e fazer uso da medicação “Rituximabe”.

Ainda de acordo com os familiares, para manter o tratamento de Silvia é necessário que ela passe regularmente pelas sessões de quimioterapia com o a medicação Rituximabe, pelo menos duas vezes por ano. Após determinação do Ministério Público, Silvia conseguiu o tratamento que estava sendo realizado há dois anos, porém está interrompido há seis meses. “A única explicação que tivemos de uma funcionária do Hospital das Clínicas é que a Sesab só irá liberar a medicação após finalização do processo no Ministério Público”, explica Crispina.

De acordo com informações do site Reumato USP, *Esclerodermia é uma doença rara, mais comum em mulheres e tem como sintomas principais o fenômeno de Raynaud (dedos roxos) no frio e a pele, principalmente das mãos e face, fica endurecida e seca e pode ter coceira nessa região. O esôfago e o pulmão são os órgãos internos mais atingidos. Os sintomas de comprometimento do esôfago são queimação no estômago, sensação de parada da comida no esôfago, dificuldade de engolir, difícil digestão e regurgitação do alimento. Os sintomas do pulmão são tosse e falta de ar, mas quando esses sintomas aparecem o pulmão pode já estar alterado antes de aparecer os sintomas. É o que chamamos de doença silenciosa.  Outros problemas: Dificuldade para abrir a boca, ferida nas pontas dos dedos, dor nas articulações.

Crispina relatou a reportagem do Bocão News que sem o tratamento Silvia está piorando muito e todos familiares estão com medo que ela não resista. “Ela sente muitas dores nas articulações, as mãos estão paralisadas, os punhos inchados e todas articulações travadas. Com a medicação ela consegue realizar todas as atividades normalmente. Mas a situação só tem agravado e estamos com medo de perde-la. Para sobreviver ela ainda faz uso de mais 10 medicamentos. Silvia já parou na emergência três vezes nesse meio tempo”, relata prima da paciente.

 Os familiares de Silvia também informaram a reportagem do site que de acordo com liminar a Sesab é punida com multa diária no valor R$ 2 mil por cada dia que a paciente fica sem o tratamento. De acordo com os cálculos da família o valor pode estar em torno dos R$ 120 mil. “Como eles preferem pagar uma multa nesse valor ao invés de liberar o medicamento para o tratamento de minha prima?”, indagou.

A reportagem do Bocão News ligou para assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab),mas não teve as ligações atendidas ou retornadas.