cunhaCunha rebate Dilma: ‘Governo patrocinou o maior escândalo de corrupção do mundo’

Presidente da Câmara voltou a afirmar que não deixará o cargo: ‘Só cabe uma maneira de sair, a renúncia, e eu não vou renunciar’

Alvo de dois inquéritos na Operação Lava Jato, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu as últimas declarações da presidente Dilma Rousseff sobre as investigações do petrolão e disse lamentar “que seja com um governo brasileiro o maior escândalo de corrupção do mundo”.

A fala do peemedebista é uma resposta à entrevista concedida por Dilma neste domingo, quando, indagada sobre a repercussão internacional do escândalo de corrupção envolvendo o presidente da Câmara, repetiu, três vezes, lamentar que o caso “seja com um brasileiro”. Cunha copiou a frase de Dilma, mas jogou no colo do governo o escândalo de desvio de cifras bilionárias.

Na avaliação de parlamentares, a declaração de Dilma pode aumentar o desgaste entre o governo e o Congresso num momento em que se discute o impeachment da petista, muito embora tenha sido estudada a hipótese de um acordão entre Cunha e o Planalto para que ambos se ajudem a salvar os mandatos.

Assim como Dilma ontem, Eduardo Cunha negou nesta segunda a possibilidade de um “acordão”. “Eu não estou trabalhando, nem buscando, nem dependendo de apoio ou manifestação de apoio pela minha situação. Eu fui eleito pela Casa. Aqui só cabe uma maneira de sair, que é renunciar, e eu não vou renunciar. Aqueles que acham isso, não esqueçam, eu não vou renunciar”, avisou o peemedebista. Cunha afirmou ainda não esperar apoio nem do próprio PMDB e disse que não precisa que ninguém o ajude na defesa.

Questionado sobre as cópias de seus documentos e de suas assinaturas em contas abertas no exterior, destinadas, de acordo com as investigações, a receber dinheiro da propina oriunda do desvio de contratos da Petrobras, o peemedebista voltou a se recusar a falar sobre o caso. “Os termos da minha nota estão claros. Fora isso, só meus advogados falam”, afirmou, referindo-se à nota divulgada na última sexta-feira, em que reitera as declarações dadas à CPI da Petrobras em março deste ano. Na ocasião, Cunha negou ter contas no exterior.