Sua forma mais agressiva, conhecida como Calazar, quando atinge crianças menores de 3 anos, na maioria das vezes é fatal

mosquito Leishmaniose

A leishmaniose é uma das doenças endêmicas e infecto-contagiosas mais perigosas na Bahia. Existem dois tipos desta doença que mais se destacam no estado que são a a Leishmaniose Visceral (LV) e a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). A mais grave é a Visceral, mais conhecida como Calazar, que atinge as vísceras, como o fígado e o baço, podendo ocasionar aumento de volume abdominal. Esta patologia atinge mais as crianças, sendo que em casos de menores de 3 anos, a mortalidade é de quase 100%, sendo mais perigosa que a própria dengue. Na Bahia, em 2015, em levantamento da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), até novembro desse ano, foram 503 casos de leishmaniose visceral, ou calazar, e 1684 casos de leishmaniose tegumentar.

O Calazar é transmitido ao homem através da picada do inseto vetor (Lutzomyia longipalpis) conhecido popularmente como “mosquito-palha”. Esse tipo de inseto têm hábitos noturnos e vespertinos, atacando o homem e os animais principalmente durante o início da noite e ao amanhecer. Sendo que no caso de animais não existe tratamento e eles precisam ser sacrificados assim que adquirem a doença.

Nos seres humanos os sintomas mais frequentes são o seguintes: febre e aumento do volume do fígado e do baço, emagrecimento, complicações cardíacas e circulatórias, desânimo, prostração, apatia e palidez. Apesar de esses serem os sintomas mais comuns, a confirmação da patologia só pode ser feita com exame laboratorial.

A pediatra, Valdete Pimentel fala sobre a doença. “É uma doença que é transmitida pelo mosquito-palha e o tratamento é muito difícil, principalmente a leishmaniose visceral, chamada de calazar. Os sintomas mais comuns são palidez cutânea, fraqueza, anorexia e febre alta de longa duração. Nas crianças o calazar é bem mais grave, pois além destes sintomas existe o aumento do fígado e do baço. No caso do baço, fica muito palpável no exame físico, já que ele fica bem aumentado e acaba tomando a forma de uma ferradura.”, disse a médica.

Nos animais, a doença atinge os gatos, mas principalmente os cães. Os sintomas mais frequentes são a queda no pelo em volta dos olhos, ferimentos nas pontas das orelhas, apatia, crescimento fora do comum das unhas e grande perda de no peso.

O tratamento da doença deve ser realizado no hospital. Primeiro porque o paciente tem que ficar isolado e segundo que medicação usada no tratamento é venosa. Trata-se do antimoniato de N-metil glucamina (Glucantime®). Além disso, o enfermo tem que ter repouso e alimentação adequada durante este processo. O SUS disponibiliza o tratamento específico e gratuito para a doença em seus hospitais.

“O tratamento do calazar é hospitalar. Primeiramente, ele é realizado com o Glucantime, intra-venoso, durante 30 dias. Como muitos acabam por não responder a esta doença, mantendo os mesmos sintomas, muitas vezes é necessário a adição da anfotericina B para auxiliar na melhora do paciente. Deve-se ter cuidado especial com as crianças menores de 3 anos, pois no caso delas, o tratamento é ainda mais complicado, pois a defesa delas ainda é frágil e, por causa disso, entre 80% e 90% dos casos, acabam em óbito”, completou Dra.Valdete Pimentel.

Confira os hospitais que possuem o tratamento para a doença.

– Hospital Universitário Dr. Edgar Santos 

– Centro de Referência em Doenças Endêmicas (PIEJ) 

-Hospital Central Roberto Santos

-Hospital Couto Maia

-Hospital Santo Antônio 

-Hospital Geral Camaçari (Camaçari)

-Hospital de Barreiras (Barreiras)

-Hospital Regional Cleriston Andrade (Feira de Santana)

-Hospital /Unidade Mista de Juazeiro (Juazeiro)

Apesar de existir o tratamento, a Sesab também dá dicas de como se prevenir desta doença tão perigosa. E algumas destas precauções são: uso de mosquiteiros com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, manejo ambiental, através da limpeza de quintais, terrenos e praças, eliminação de fontes de umidade, não permanência de animais domésticos dentro de casa, eliminação e destino adequado de resíduos sólidos orgânicos, entre outras medidas de higiene e conservação ambiental que evitam a proliferação do inseto vetor.