AgricultorA seca assolou o Sahel, a zona ecoclimática e biogeográfica de transição entre o norte do deserto do Saara e o sul da savana sudanesa no ano de 1974.

Nessa época o agricultor Yacouba Sawadogo reviveu uma antiga técnica de cultivo que melhora a qualidade do solo, tornando terras desérticas em férteis.

A técnica chamada de Zai, consiste em cavar regos de uns 20 cm em que se deposita esterco e composto ao lado das sementes. Após as primeiras chuvas, o rendimento da terra chega a multiplicar-se por quatro.

Então as árvores começaram a crescer junto com as sementes de milho e sorgo. Em Quahigouya, Capital de Yatenga, no Norte de Burkina Fazo, Sawadogo criou em 20 anos um bosque de 20 hectares.

Sawadogo ia na contra mão da população do lugar. Enquanto as pessoas abandonavam suas casas e suas terras, ele seguia buscando melhorar a região e repovoar com árvores Gourga.

Depois de 40 anos o agricultor já tornou as férteis e próprias para cultivo mais de 3 milhões de hectares de terras desérticas em 8 países do Sahel.

A técnica não foi usado somente para o seu benefício. Montado em sua moto, também percorreu o país para ensinar para outros agricultores que ainda viviam por lá. Hoje, aos 67 anos, o consideram um herói.

A façanha de Sawadogo virou um documentário “O homem que deteve o deserto”, de 2010, do cineasta Mark Dodd.

“Se cortamos 10 árvores diariamente e não plantamos uma só em um ano, vamos caminhar direto para a destruição”, diz sabiamente Sawadogo.