AMOOGisele Palhares foi assassinada na noite deste sábado (25) na Linha Vermelha, Rio de Janeiro. Amigos também postaram mensagens emocionadas em rede social.

O viúvo da médica assassinada durante uma tentativa de assalto na Linha Vermelha, Renato Palhares, fez um post emocionado em homenagem a Gisele Palhares no fim da tarde deste domingo (26).

“Cada segundo a seu lado valeu a pena, você me ensinou a te amar infinitamente !!! Não sei como vou seguir sem você”, escreveu em uma rede social.

A postagem foi seguida de dezenas de comentários de amigos e familiares, tristes e assustados com a morte brutal. Em outro post, ele faz elogios a Gisele. “Amor da minha vida. Meu eterno Bijuzinho. Por que Deus fez isso comigo. Você sempre foi uma pessoa do bem, ficando tão feliz quando chegava em casa dizendo que tinha atendido pacientes de Nova Iguaçu, principalmente bairros mais afastados como Figueira, entre outros. Por que Deus levar uma pessoa, uma anjo tão especial, que tantas pessoas dependiam de sua caridade! Uma pessoa que realmente não pertencia a esse planeta, cheio de pessoas maldosas. Espere por mim, meu eterno amor da minha vida.”

Mais cedo, no hospital, Palhares cobrou do Estado uma ação efetiva contra a violência. Gisele voltava em seu carro de Nova Iguaçu, município da Baixada Fluminense, quando foi abordada por criminosos e morreu vítima de disparos de arma de fogo na cabeça. O crime ocorreu na noite deste sábado (25), por volta das 19h. “Peço às autoridades, ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que isso não fique impune. Não dá para ficar andando de carro blindado”, disse Renato, que também é médico e era casado com Gisele há 14 anos. Ele também contou que conversou recentemente com a mulher sobre a compra de um carro blindado. Apesar disso, o médico disse que a esposa relutava e não achava necessário.

Gisele foi morta durante tentativa de assalto na Linha Vermelha (Foto: Reprodução/Facebook)

Gisele fazia quase que diariamente o trajeto de Nova Iguaçu para a Barra da Tijuca, onde o casal mora. Renato contou que tudo corria bem neste sábado. “Ela estava toda feliz”, afirmou. O casal saiu junto pela manhã e Gisele foi para a Baixada participar de três ações sociais. Ela esteve na casa de pacientes e, segundo o marido, chegou a fazer sopa e bolo para um deles. A última mensagem que trocaram foi por volta de 15h30, mas Renato não estranhou porque sabia que o sinal de telefone onde Gisele estava não era bom.

Às 19h, a irmã de Gisele ligou para Renato e disse que um PM havia ligado para ela falando que a esposa sofreu um acidente na Dutra.

“Comecei a entrar em contato com amigos médicos e soube que no Hospital de Saracuruna havia um óbito por traumatismo cranioencefálico. Quando eu cheguei lá, a vi daquele jeito. Com um tiro na cabeça”, contou o médico. Sobre a violência em vias expressas do Rio, o médico disse que tanto a Linha Vermelha como a Amarela são verdadeiras “faixas de Gaza”, em referência à zona de conflito no Oriente Médio, e pediu uma ação mais efetiva da política de segurança para esses locais. O casal não tinha filhos. O velório de Gisele irá ocorrer ainda neste domingo (26), em Nova Iguaçu, às 20h. O enterro será nesta segunda-feira (27), no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita.

Tiro na cabeça

Gisele Palhares Gouvêa, de 34 anos, morreu após ser baleada na cabeça durante uma tentativa de assalto na saída da Via Dutra, acesso para a Linha Vermelha, pista sentido Centro do Rio, na  noite deste sábado (25).

A vítima estava sozinha em seu carro e o crime aconteceu na altura da Pavuna. De acordo com a polícia, a médica foi socorrida e levada para o hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, mas não resistiu. Ainda segundo a corporação, o veículo da vítima, que não foi levado após o crime, foi perfurado por pelo menos dois disparos.

Segundo o comando do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), equipes que faziam o patrulhamento na Linha Vermelha receberam informações da tentativa de roubo, mas encontraram a vítima ferida a tiros por criminosos quando chegaram ao local. A PM afirma que imediatamente o BPVE iniciou um cerco na região, que conta, desde janeiro, com o reforço no policiamento com apoio Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE) . O comando da Unidade determinou que, além de buscas pelos suspeitos, fossem realizadas operações de blitiz no trecho do crime já retomadas neste domingo desde as 5h.