Um novo tratamento cirúrgico desenvolvido no Ceará está trazendo conforto às pessoas que sofrem queimaduras de segundo e terceiro graus: é a utilização da pele de tilápia como curativo temporário ou tampão.
Segundo o cirurgião plástico Edmar Maciel, presidente da ONG Instituto de Apoio ao Queimado e coordenador do Instituto José Frota, ambos em Fortaleza, a técnica da utilização da pele do peixe tilápia em pessoas queimadas é do também cirurgião plástico Marcelo Borges, de Pernambuco. Mas, por não dispor de condições adequadas para utilizá-la em seu Estado, o Dr. Marcelo Borges compartilhou seu conhecimento com o Dr. Edmar Maciel, que passou a adotar a técnica em instituições médicas do Ceará, inclusive o Instituto José Frota.
Segundo o Dr. Maciel, todo o mérito pela nova técnica deve ser atribuído à Medicina e à Ciência do Brasil:
“Antes de aplicarmos a pele da tilápia em seres humanos que sofreram queimaduras de segundo e terceiro graus, foram feitos diversos estudos histológicos [dos tecidos do peixe] e constatamos que a tilápia tem uma maior quantidade de colágeno dos tipos 1 e 3, proteínas importantíssimas para a cicatrização de queimaduras. A partir destes estudos, aprofundamos as pesquisas para o que chamamos de fase pré-clínica. No total, foram realizadas 14 etapas, que incluíram testes em animais, para só então aplicarmos estes estudos em humanos vítimas de queimaduras de segundo e terceiro graus.”