O motorista José Carlos Lopes Júnior, de 35 anos, suspeito de matar a tiros a ex-namorada Luana Fernandes Hungria, na porta da casa da vítima, no bairro do Uruguai, em Salvador, confessou o crime e disse em depoimento ter ouvido vozes que diziam que ele estava sendo traído pela vítima. A informação foi divulgada na tarde desta segunda-feira (17) pela Polícia Civil, logo depois de o suspeito se apresentar, acompanhado de um advogado.

Suspeito disse à polícia que matou a ex poeque escutou vozes que diziam que ela havia traído ele (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Conforme a delegada Pilly Dantas, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (3ªDH/BTS), que colheu o depoimento do suspeito, ele alegou ainda que fazia uso de remédios controlados e negou que tivesse terminado o relacionamento com a vítima antes do crime. Ele disse que estava apenas tentando conversar com ela, depois de uma briga.

Luana Fernandes Hungria foi morta a tiros na porta de casa em Salvador e o principal suspeito é o ex-namorado (Foto: Imagem/Tv Bahia)

Conforme a investigação, nos dias que antecederam o homicídio, José Carlos esperava Luana sair do local de trabalho, nos Mares, por volta das 11h30, e a seguia até o Uruguai, onde ela residia.

No dia do crime, utilizando uma moto e uma arma emprestados por um amigo que, segundo ele, pratica ações delituosas, o motorista também seguiu a mulher. Depois de matar a ex, o suspeito teria devolvido tudo ao amigo. José Carlos não revelou a identificar dele à polícia.

Amigos e familiares de Luana Hungria fizeram um protesto, no domingo, para pedir justiça no caso (Foto: Juliana Cavalcante/TV Bahia)

Questionado sobre a motivação do crime, o motorista disse que estava ouvindo vozes que diziam que sua namorada o traía há cerca de dois meses, quando seu pai morreu. A delegada Pilly Dantas classificou a revelação como “surpreendenete”, já que, segundo ela, não há nada no comportamento do suspeito que demonstre alguma insanidade mental.

Após prestar depoimento, o suspeito foi encaminhado para realização de exame de corpo de delito, no Departamento de Polícia Ténica (DPT), e, em seguida, levado para a Delegacia de Furtos e Roubos, onde vai cumprir prisão temporária.

À imprensa, antes de deixar a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestou depoimento, o motorista revelou para os jornalistas que está arrependido pelo crime.

Caso

Luana tinha 24 anos e foi assassinada no dia 11 de julho, quando chegava do trabalho. O crime ocorreu na Rua Obaluaê. Conforme a polícia, a vítima foi surpreendida pelo ex-namorado que chegou ao local em uma moto e atirou. Luana chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de San Martin, mas não resistiu aos ferimentos. José Carlos fugiu do local após os disparos.

Uma amiga da vítima, que estava com ela no momento do ocorrido, foi baleada em uma das mãos. Ela recebeu atendimento médico e foi liberada.

O casal começou o relacionamento em fevereiro deste ano, mas Luana terminou o namoro na sexta-feira (7), por conta do excesso de ciúme do suspeito. Luana deixou uma filha de pouco mais de 2 anos, fruto de outro relacionamento. A mãe da vítima, que preferiu não se identificar, relatou que o ex-genro era muito ciumento, mas que a família não imaginava que ele fosse capaz de cometer o crime bárbaro.

“Ele tinha ciúmes, mas a gente levava na brincadeira. Ele dizia várias vezes que era coisa da cabeça dele e que a mãe e as irmãs chamavam a atenção por causa disso e diziam que ele ia perder ela. Ele nunca mostrou que era capaz disso em nenhum momento, não teve agressão, nada”, disse a mãe da jovem.

No domingo (16), amigos e familiares de Luana fizeram uma caminhada no bairro do Uruguai, para pedir justiça e agilidade nas investigações do caso. Vestidos de branco, os manifestantes começaram o protesto na porta da casa onde a jovem morava, e foram em direção ao final de linha do bairro. Fonte G1