aEstudo realizado pela Fiocruz mostra que quase 120 mil adolescentes são dependentes do álcool.

O alcoolismo é considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde, sendo um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. Pesquisas atuais revelam que cerca de 15% da população consome álcool diariamente e o Brasil está entre os países que mais consomem bebidas alcoólicas na América Latina.

Os adolescentes são uma grande vítima desse problema. Os indicadores apontam que, com os passar dos anos, a idade de iniciação no consumo do álcool começa cada vez mais cedo e a quantidade e diversidade de bebidas, se torna cada vez maior.

Um estudo feito pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) revela que aproximadamente 7 milhões de brasileiros menores de 18 anos (34,3%) relatavam ter consumido bebida alcoólica na vida. Os dados fazem parte do Terceiro Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, que alerta ainda para a dependência de álcool entre adolescentes.

Segundo os pesquisadores, 119 mil jovens entre 12 e 17 anos têm algum tipo de vício em álcool.

Estudo

Mais de 100 milhões de brasileiros consumiram álcool uma vez na vida, sendo que a idade média do início do consumo foi de 15,7 anos entre os homens e 17,1 anos entre as mulheres.

Em entrevista para o Portal R7, a médica do adolescente Sheila Niskier explica que nessa faixa etária os indivíduos não têm completamente desenvolvidas áreas do cérebro responsáveis pela tomada de decisões e planejamento. Até próximo aos 23 anos, essa área, chamada de córtex pré-frontal, ainda está em formação. “O adolescente é só emoção. Ele não mede as consequências. Em muitos casos, especialmente dos meninos, o álcool é muito usado em festas para perder a inibição e poder se aproximar de uma menina que esteja interessado, por exemplo”.

Segundo a psicóloga Camila Almeida, é importante frisar que não existe consumo de álcool isento de riscos, sendo que o foco deve ser o diagnóstico precoce. “O etilista é considerado aquele em que se identifica prejuízo social e pessoal em consequência do abuso da bebida, além de sinais de abstinência e dependência. No entanto, é importante, também, tratar daqueles que possuem características de risco, ou seja, as pessoas que apresentam tendências a se tornarem dependentes”, completa Camila.