AWagner Andrade Pimenta, o Misael, um dos filhos adotivos de Flordelis dos Santos Souza e do pastor Anderson do Carmo disse à polícia que acredita que a mãe foi a “mentora intelectual” da morte do pai. Ele prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo dois dias depois do crime, quando fez a afirmação. De acordo com o Extra, Misael e o irmão Daniel dos Santos de Souza foram os primeiros a ligar Flordelis ao crime em depoimento.

Depois disso, outros três filhos adotivos do casal, Luan Santos, Kelly Cristina dos Santos e Roberta Santos, também falaram à polícia comprometendo a mãe. Estão presos Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis, e Lucas Cezar dos Santos, filho adotivo dos dois. Para a polícia, Lucas confessou que atirou e disse ter ajuda do irmão. A polícia investiga participação de outras pessoas no crime.

Misael afirmou que Flordelis “manipulando os filhos, encontrou alguém com coragem para matar Anderson”. Ele afirmou que a mãe achava que o pastor estava “dando a volta nela em relação ao dinheiro da família. Contou ainda que em outubro do ano passado Anderson passou cinco dias internado, perdendo quase 20 quilos. Na época, o motivo não foi descoberto, mas hoje ele acredita que o pai estava sendo envenenado a mando da mãe. Outros três filhos confirmaram que o pastor vinha sendo dopado e tomando medicamentos sem saber.

Em novo depoimento, no dia 24 de junho, Misael contou que descobriu que a mãe digitou uma das mensages que foram enviadas pela irmã, Marzy Teixeira, pedindo que Lucas matasse o pastor. A esposa de Misael, Luana, questionou Marzy e ela teria admitido que a mensagem foi escrita por Flordelis. A mensagem foi escrita em um tablet de Anderson e ele a encontrou depois. O pastor acreditou que a mensagem tinha sido escrita em outro aparelho, furtado no ano passado, e aparecido no novo tablet porque ficou registrada na “nuvem”.

O telefone do pastor estava com o motorista da mãe, Marcio da Costa Paulo, e Misael conseguiu o aparelho no dia seguinte ao crime. Ele recuperou a mensagem pelo iCloud, serviço de nuvem da Apple, fotografou com o celular e apresentou à polícia. O motorista disse que ia entregar o celular a Flordelis.

Já Daniel, ouvido inicialmente também em 18 de junho, também disse acreditar que Flordelis tem ligação com a morte. Ele contou que ouviu a mãe falar que a hora do pastor “ia chegar” e isso não ia demorar muito. Para ele, há possíbilidade de envolvimento no crime também de outras duas filhas e uma neta de Flordelis, além de Flávio e Lucas. O pastor mostrou a mensagem recuperada no tablet para Daniel e para ele ficou claro que a morte do pai era planejada.

Luan e Roberta também disseram em depoimento acreditar que Flordelis tem ligação com o crime. Ele afirmou que a irmã, Simone, filha biológica de Flordelis, contou a mãe pediu que el contratasse alguém para “apagar” Anderson. Sabendo que Simone não faria isso, ela também teria feito o mesmo pedido a Marzy. A própria Simone teria contado a Luan que era ela mesma quem estava medicando Anderson sem ele saber, causando problemas em sua saúde. Luan também disse que ouviu a mãe falar “acabou” depois da execução de Anderson.

Roberta contou que Flordelis “ganharia paz” com a morte do pastor. Ela acredita também que duas irmãs e a neta citadas por Daniel participaram da organização do crime. Contou também que vê um “sentimento de alívio” nos olhos da mãe.

Kelly contou à polícia que a mãe costumava falar aos filhos que quando Anderson não estivesse mais ali, “as coisas iriam melhorar”. No dia anterior aos depoimentos, Flordelis tentou reunir os filhos para tentar combinar o que seria dito à polícia, mas Kelly não foi à reunião.