O conselheiro da Petrobras Francisco Petros propôs mudanças na política de preços da estatal, que teve troca de comando nesta segunda-feira (20). Em nota, a companhia, que tem sido alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, informou que as sugestões ainda não foram discutidas internamente.

A sugestão feita pelo conselheiro envolve, entre outros pontos, que a Petrobras discuta uma proposta de congelamento dos preços por 45 dias, além da formação de um grupo de trabalho com representantes da empresa, do mercado de combustíveis e do governo para uma nova fórmula de reajuste.

O documento foi enviado por Petros no último dia 17. Nesta segunda-feira (20), a estatal informou, por meio de nota, que tomou conhecimento das sugestões e que se trata de uma iniciativa pessoal com propostas que não foram discutidas internamente. “A Petrobras reforça seu compromisso com a transparência e que divulgará, tempestivamente, fatos julgados relevantes sobre o tema”, completa.

Mais cedo, a Petrobras anunciou Fernando Borges como presidente interino da estatal. Ele será o substituto de José Mauro Ferreira Coelho, que pediu demissão do cargo. Borges é diretor-executivo de Exploração e Produção foi nomeado pelo Conselho de Administração, em decorrência da vacância na presidência da companhia.

De acordo com a Petrobras, Borges, que é funcionário de carreira, ficará no posto até a eleição e a posse de novo presidente da estatal. O governo havia indicado o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Mário Paes de Andrade, para o cargo.

Mauro tomou posse no dia 14 de abril deste ano. À época, argumentou que a redução da dívida bruta da estatal, em pouco menos de R$ 60 bilhões, abria espaço para investimentos e que havia a intenção de reduzir os custos de extração de petróleo, com o objetivo de aumentar a produtividade.

Coelho substituiu o general Joaquim Silva e Luna, demitido por Bolsonaro no fim de março. Na ocasião, o presidente chegou a dizer que o comando da estatal precisava de “alguém mais profissional”. Após a decisão, o militar defendeu a gestão à frente da estatal e as decisões adotadas, alvo de críticas por parte do governo em razão dos sucessivos repasses de aumentos no preço dos combustíveis ao consumidor.

O químico foi o terceiro a ocupar o posto na estatal durante o governo Bolsonaro, depois de Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco. Ele deixou o comando da estatal pelos mesmos motivos que seus antecessores: os reajustes feitos no preço dos combustíveis, que têm incomodado Bolsonaro no ano em que busca a reeleição e aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.

Bolsonaro critica de forma recorrente a política de preços da Petrobras, que adota o modelo PPI (Preço de Paridade Internacional), o que faz com que o preço de gasolina, etanol e diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional.