Brasil, Rio de Janeiro, RJ. 26/06/2012. Movimento de clientes nos postos de gasolina da zona sul do Rio de Janeiro. O reajuste de preços dos combustíveis foi mal recebido pelo mercado, que penalizou as ações da Petrobrás em quase 8%. – Crédito:MARCOS DE PAULA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:119451

Petrobras anunciou nesta segunda-feira, 15, uma nova redução nos preços da gasolina. O litro do combustível será vendido a 3,53 reais nas refinarias a partir de terça-feira, 16, 0,18 centavos a menos que o valor vigente atualmente. O corte de 4,8% no preço do combustível é o terceiro consecutivo da petroleira – e no intervalo de um mês.

A redução nos preços dos combustíveis é baseada na política de paridade dos preços do combustível internacional, duramente criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no início do ano, quando os preços do petróleo bateram recorte e os combustíveis aqui foram ajustados para cima com a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia. Com o passar dos meses da guerra e o aumento de risco de recessão em grandes economias, o preço do barril começou a cair. Nessa terça, por exemplo, o preço do petróleo cai por causa do desempenho fraco da economia chinesa. O barril é negociado abaixo dos 100 dólares, a 94 dólares (por volta das 12h40 do horário de Brasília). No início da guerra entre Rússia e Ucrânia, o barril chegou a bater 140 dólares.

Em nota, a Petrobras afirma que a redução “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global”, em linha com os comunicados anteriores da petroleira no anúncio de ajustes nos combustíveis. Desde que Caio Mario Paes de Andrade, ex-secretário do Ministério da Economia e terceiro presidente da Petrobras neste ano, os comunicados destacam que a política de preços busca o equilíbrio, “mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. No entanto, a companhia vem periodicamente repassando a mudança do cenário global, que desacelerou os preços dos combustíveis.

A queda dos preços da gasolina é um dos principais motivos de o país ter registrado deflação em julho. Na ocasião, os preços caíram 15% devido ao teto do ICMS, de 18%, que fez a alíquota baixar nos estados e reduziu o preço na bomba. Depois isso, a Petrobras passou a anunciar a redução nos preços das refinarias, que pode contribuir com uma maior desaceleração nos preços também no índice de preços de agosto. A inflação é uma das principais preocupações do governo Bolsonaro às vésperas das eleições. Segundo pesquisas eleitorais, a queda dos preços é sentida pelo consumidor e creditada ao governo.