Os representantes da Telexfree, empresa acusada de ser uma pirâmide financeirabilionária, contrataram o advogado que defendeu o publicitário Duda Mendonça no processo do mensalão, Antonio Carlos de Alemida Castro, o Kakay, para defendê-los nas investigações criminais que enfrentam.
“Eu me convenci de que não é pirâmide”, declarou Kakay, ao iG. “O que nos resta é entrar o máximo possível na história, conhecer bem a história e mostrar que não é pirâmide e não tem por que [o negócio] estar paralisado.”
As atividades da Telexfree foram bloqueadas pela 2ª Vara Cível de Rio Branco em junho de 2013, ante a acusação do Ministério Público do Acre (MP-AC) de que a empresa montou uma pirâmide financeira disfarçada de revenda de telefonia VoIP.
Kakay, que é advogado criminal, não vai atuar nesse processo, que é civil, mas atacou a decisão da juíza Thaís Khalil, autora da ação que bloqueou as atividades da empresa.
“Acho que, na realidade, o prejuízo à economia popular [como é definido o crime de pirâmide no Brasil] é a partir da subleitura que o MP-AC fez da Ympactus [razão social da Telexfree no Brasil] e da Telexfree e a partir da decisão judicial que inviabilizou [os negócios].”
Em 9 de maio, a Justiça dos Estados Unidos – onde a Telexfree também é acusada de ser uma pirâmide financeira – determinou a prisão temporária de um dos sócios da empresa, James Matthew Merrill. O outro, o brasileiro Carlos Wanzeler, é considerado foragido pelo Departamento de Estado.
Kakay afirma que Wanzeler está no Espírito Santo, Estado onde fica a sede da empresa, e que se encontrará com ele nesta quarta-feira (21).
“Há um barulho de que ele esteja foragido. Ele saiu normalmente pelas vias normais [dos Estados Unidos] antes de ter a prisão decretada e ele é brasileiro nato”, afirma. “A gente está comunicando onde ele mora.”
O advogado também criticou a prisão de Katia Wanzeler, mulher de Carlos, detida em 14 de maio em Nova York ao tentar embarcar para o Brasil com uma passagem só de ida. Kakay questionou a informação.
“A esposa dele, que não é investigada, comprou uma passagem ida e volta, deixou o filho lá e prenderam ela no aeroporto”, afirmou o advogado.
As contas da Telexfree no Brasil receberam US$ 446 milhões (R$ 988 milhões), segundo as autoridades americanas. Em todo o País, a empresa movimentou US$ 1,2 bilhão (R$ 2,7 bilhões), de acordo com uma informação da companhia obtida pela Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA).
No Brasil, os donos são alvos de inquéritos da Polícia Federal e da Polícia Civil do Estado do Acre.