Para tentar neutralizar protestos e os consequentes danos à imagem do governo, a presidente Dilma Rousseff (PT) ordenou que sua equipe encontre uma forma de incluir os sem-teto no programa Minha Casa, Minha Vida.

Segundo a Folha apurou, a demanda fez com que ela adiasse o lançamento da terceira geração do programa para elaborar uma proposta que contemple os movimentos.

O foco do governo está, especialmente, no MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem-Teto), grupo social mais atuante nos últimos meses.

Dilma quer incluir sem-teto no Minha Casa, Minha Vida

A reforma no Minha Casa é justamente uma das razões para os protestos que os sem-teto têm feito recentemente.

Na quarta (4), o líder Guilherme Boulos reuniu 12 mil pessoas em ato diante do estádio Itaquerão (zona leste).

Entre as exigências do grupo está a desapropriação de área ocupada por 4.000 famílias, chamada de Copa do Povo, perto da arena, palco de abertura da Copa. O governo estuda comprar o terreno.

Após a oferta de diálogo do governo, o MTST topou uma trégua durante o amistoso da seleção na sexta (6).

A ideia é incluir os sem-teto dentro de um dos braços da ação governamental, chamado de “entidades”, modalidade na qual o Executivo libera recursos, e a própria organização executa as obras.

Os sem-teto, hoje, não estão excluídos do Minha Casa. Podem, individualmente, candidatar-se a uma casa do programa.

A intenção do governo, porém, é atrair coletivamente o MTST para a iniciativa como entidade, negociando uma verba considerada suficiente pelo movimento para atender seus integrantes no curto e médio    prazos.

A presidente ordenou que os ministérios das Cidades, do Planejamento e a Secretaria-Geral negociassem com os sem-teto para criar uma solução capaz de atender reivindicações e evitar protestos.

Para o governo, o MTST é o movimento com maior poder de mobilização na Copa. Representa, assim, a maior dor de cabeça    neste momento.