O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, em evento de campanha em Pelotas, no Rio Grande do Sul

As eleições deste ano para o Congresso Nacional e os governos estaduais demonstraram a influência do presidente Jair Bolsonaro sobre o eleitorado do país. Com o apoio do chefe do Executivo, uma série de ex-integrantes do governo federal e membros do partido dele foram eleitos ou conseguiram passar para o segundo turno.

Antes da votação em primeiro turno, Bolsonaro aproveitou as tradicionais lives nas redes sociais para pedir votos para os seus candidatos. Como consequência disso, conseguiu a vitória para o Senado dos ex-ministros Rogério Marinho (PL-RN), Damares Alves (Republicanos-DF), Marcos Pontes (PL-SP) e Tereza Cristina (PP-MS), bem como a do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e a do ex-secretário de Aquicultura e Pesca Jorge Seif (PL-SC).

“Não há nenhuma outra liderança de direita com tamanha capacidade de comunicação, identificação e transferência de voto como o Bolsonaro. Ele soube aproveitar os espaços vagos e se colocar como principal nome dessa direita, tornando-se uma pessoa que transfere voto e muita força”, completa Monteiro.

Já o advogado e cientista político Nauê Bernardo Azevedo acrescenta que, desde 2019, o presidente criou uma base eleitoral muito fidelizada. Por isso, quem teve o apoio dele acabou beneficiado.

“O Bolsonaro conseguiu capitalizar um sentimento que estava latente em uma parcela bastante relevante da sociedade brasileira. E nas eleições deste ano ele capitalizou isso, transformando em dividendos eleitorais”, destaca.

“A tendência, caso ele seja reeleito, é de uma relação menos tumultuada e mais harmônica com o Congresso e, sobretudo, de que haja uma guinada no campo moral, com diversas pautas ligadas à agenda de costumes tendo mais facilidade para avançar”, finaliza Azevedo. (R7)

RK