Zona Franca de Manaus fecha 10 mil vagas
Demissões são concentradas nos setores de motos e eletrodomésticos. Empresários esperam 2015 pior

BRASÍLIA – A estagnação da economia atinge em cheio dois dos principais polos industriais da Zona Franca de Manaus: duas rodas e eletroeletrônicos. E a tendência é é a situação piorar em 2015, com o anunciado corte nos gastos públicos. A Zona Franca emprega 120 mil trabalhadores e tem contribuído para a geração de cerca de dois milhões de empregos indiretos em todo o país. Neste ano, entretanto, o polo industrial deve fechar 10 mil vagas, segundo estimativas do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam). E as contratações temporárias para o Natal caíram mais da metade, de 9,5 mil trabalhadores para 3,2 mil.
O presidente do Cieam, Wilson Périco, acusa o Tesouro Nacional de reter os recursos arrecadados pela Zona Franca que deveriam ser investidos em programas de desenvolvimento da região. E, segundo Périco, cerca de R$ 1 bilhão foi destinado ao agronegócio e ao programa Ciência Sem Fronteira neste ano.
A burocracia do governo federal é outro problema. O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) foi criado em 2002 com investimentos de R$ 120 milhões, mas até hoje não tem modelo de gestão, quadro funcional, nem CNPJ. Ele foi idealizado para desenvolver projetos em cosméticos, medicamentos e alimentação, aproveitando os recursos naturais, como açaí, guaraná, buriti, mas, sem estrutura, utiliza apenas 30% de sua capacidade.
























