Moradores da localidade Nova Divineia, no bairro do IAPI, em Salvador, acusam um policial militar de ter baleado uma cachorrinha durante uma ronda, no último dia 3. Segundo denúncia, o militar teria disparado a arma por ficar incomodado com o latido do animal. Uma policial feminina, que participava da operação, teria dado risada quando a cadela fugiu para não ser novamente atingida, o que revoltou ainda mais as pessoas que presenciaram o crime. Socorrida por moradores, a cadela, conhecida como Diana, foi levada a uma clínica veterinária onde recebeu os primeiros socorros.

O caso foi parar no gabinee da vereadora Ana Rita Tavares (Pros) que assumiu os cuidados com o animal. Segundo a edil, o estado de saúde da cadela é considerado grave, já que ela sofreu inúmeras fraturas na mandíbula e vias nasais, além de ter perdido parte da língua e inúmeros dentes. O animal corre risco de morte.
A cachorrinha Diana está internada e se prepara para uma série de cirurgias. Pelo estado de alta desnutrição, já que a cadela não consegue se alimentar devido à fragmentação dos ossos da mandíbula, será necessário um período de 10 a 15 dias de alimentação via sonda até que se faça uma reavaliação clínica e posterior intervenção cirúrgica.
De acordo com Ana Rita, o  comandante geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, prometeu que será feita uma investigação interna. A parlamentar, que também é advogada, disse ainda que vai tomar as medidas judiciais cabíveis contra os agressores.
Cão baleado por PM na Câmara Municipal em 2008 morreu no ano passado
Em 2008, o cão Branco, que fazia companhia ao morador de rua Cristiano Lisboa dos Santos, o “Índio”, foi baleado pelo PM Wellington Sena Mariano, policial que fazia parte da guarda da Câmara Municipal de Salvador. Ele havia acordado Índio, que dormia embaixo da marquise do órgão aos chutes. Diante da agressão, o cão latiu para Mariano em sinal de defesa do seu guardião, quando o PM disparou contra o animal. Branco foi socorrido pela comerciante Priscila Cerqueira, que o levou no próprio carro para a clínica veterinária Planeta Animal, no bairro da Barra, onde foi submetido a uma cirurgia para a retirada do projétil.
Na época do crime, Ana Rita Tavares, então advogada da associação Terra Verde Viva, entrou com um processo por maus tratos cometido pelo policial contra o cachorro. Segundo ela, o fato revela a prática de crueldade e maus tratos contra animais, conforme o artigo 225 da Constituição Federal e o artigo 32 da Lei 9605/98.
Após de ter sido baleado, Branco ainda viveu um tempo na companhia de outro morador de rua, Gilson “Capenga”, mas ao apresentar problemas de saúde, foi levado para o Abrigo da Terra Verde Viva, onde viveu ao lado de cerca de 300 cães até o dia 16 de novembro de 2012, quando morreu devido a um quadro de insuficiência renal.