Em encontro para oficializar o apoio do Partido Verde à pré-candidatura de Paulo Souto (DEM), no Hotel Mercure, no Rio Vermelho, na manhã desta quinta-feira (5), membros dos dois partidos envolvidos, além do candidato ao senado pela chapa, Geddel Vieira Lima (PMDB), discursaram sobre a união que chegou a ser ameaçada pela chapa da pré-candidata Lídice da Mata (PSB), e que provocou alfinetagem do coordenador da campanha da senadora socialista ao governo do Estado, Domingos Leonelli, que foi rebatido.
Os democratas, entre eles o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o pré-candidato ao governo estadual, Paulo Souto, receberam simbolicamente dos membros do Partido Verde a árvore que originou o nome do país, o pau-brasil. “Quero dizer com a maior tranquilidade que a aliança está fortalecida, porque foi feita às claras, considerando também o que aconteceu no município. O PV não se submeteu a patrulha ideológica. O PV mostra que é capaz de discutir e convencer. Por isso a minha alegria”, disse Paulo Souto, que assinou documento com 43 exigências dos verdes para firmar a aliança e aproveitou a oportunidade para alfinetar o partido da situação. A propaganda eleitoral do democrata na televisão deve ganhar pouco mais de 30 segundos, disseram alguns membros dos verdes.
“A Copa das Confederações mostrou que o povo foi às ruas por qual motivo? Clamar por serviços públicos de melhor qualidade, o povo não suporta mais. Temos que fazer um esforço grande. É muito diferente o que diz a propaganda do governo e a realidade”, completou Souto, que preferiu não falar sobre uma eventual aliança com o PRB.
O prefeito da capital baiana, no entanto, disse que quando se candidatou a prefeitura teve o apoio de cinco partidos, e que para a campanha ao governo estadual pode se chegar a 18 ou 19. “O PV não sentou para querer cargos, colocou como prioridade a incorporação do plano de governo que são imprescindíveis para a vida do partido”, opinou ACM Neto, que disse ter tido divergências com o partido verde nos tempos em que estava na Câmara.
“Por coincidências da vida eu era o deputado federal que fazia oposição ao prefeito [de Licínio de Almeida, no sudoeste da Bahia, Alan Lacerda, que é presidente do PV estadual] e o PV fazia oposição a Paulo Souto no plano estadual. Tive a felicidade de me aproximar de vocês”, disse o alcaide de Salvador, que também criticou o número de partidos políticos no país. “O PV se diferencia. Lamentavelmente o Brasil tem mais de 30 partidos políticos. Tem gente que acha que trocar de partido é como trocar de roupa”.
O pré-candidato ao senado que está na chapa de Paulo Souto, Geddel Vieira Lima (PMDB), aproveitou para criticar o governo de Jaques Wagner (PT), com quem trocou farpas no mês passado através de declarações veiculadas no Bocão News. “Paulo Souto vai pegar uma Bahia quebrada, mas terá competência para reverter e fazer a Bahia voltar a ser o que era”.
Um suposto “radicalismo ideológico” do passado, na opinião de Geddel Vieira Lima, não faz mais parte do cenário atual. “Quero comprimentar o PV por não ficar preso a radicalismos ideológicos. Optaram pelo caminho que vai mudar a Bahia, e vamos eleger Paulo Souto governador”, discursou.

No plano nacional, democratas e verdes estão em planos opostos e a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento (PV), pode deixar a prefeitura para ser candidata a vice-presidente da República de Eduardo Jorge (PV).