Com a pré-campanha iniciada, alguns deputados federais baianos parecem estar mais preocupados em correr suas bases eleitorais para garantir a permanência no poder, do que discutir questões da Bahia ou do país. Um levantamento da frequência dos parlamentares da bancada baiana feita pelo jornal Correio da Bahia mostra que dos 39 deputados, 15 faltaram este ano a pelo menos 20% dos dias em que a Casa realizou sessões plenárias – no máximo, as sessões ocorrem em três dias na semana.

O campeão de faltas é o pré-candidato ao governo da Bahia pelo PT, Rui Costa, que retornou ao mandato no último dia 1º de abril, após se descompatibilizar do cargo de secretário da Casa Civil do governo do Estado para concorrer no pleito de outubro próximo. O petista faltou 14 (44,8%) das 29 sessões deliberativas desde que retornou ao cargo, tocado pelo suplente, o ex-pugilista Acelino Popó (PRB). Do total, Rui Costa justificou 13 faltas.

Na segunda colocação aparece o deputado Sérgio Brito (PSD) com 23 faltas (42%). Brito perde para Rui Costa porque a sua caderneta parlamentar registra a presença desde o início do ano, ou seja, 50 sessões realizadas até o momento. A maioria das ausências foi justificada por conta de “missões autorizadas”, uma prática bastante conhecida no Congresso para justificar faltas necessárias para cumprir compromissos pessoais ou políticos-eleitorais. Para ter a ausência perdoado, o deputado geralmente solicita ao líder da bancada o abono, que é encaminhado à Mesa Diretora que, automaticamente, perdoa a falta. Simples assim.

Para fechar o podium dos deputados mais faltosos na Câmara, a medalha de bronze ficou com o deputado, amigo do doleiro Alberto Yousseff, Luiz Argôlo (SDD). Das 50 sessões registradas este ano, o parlamentar, que responde a processo no Conselho de Ética e pode ter o mandato cassado, não pisou os pés em 21 encontros na Câmara. A maioria das faltas foi após estourar os escândalos ao lado do doleiro, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) acusado de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Desde o último dia 3 de junho, Argôlo está de licença médica por conta de, segundo ele, complicações no jovem coração de 34 anos. Apesar de ter as faltas justificadas nos próximos 15 dias por impossibilidade de participar das atividades do Congresso, Argôlo foi visto nesta semana em uma festa no interior baiano.

100% de presença nas sessões

No ranking dos que mais deram às caras em Brasília sobe ao podium os deputados Amaury Teixera (PT), Jutahy Júnior (PSDB) e Luis de Deus, que assumiu o mandato após o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), tomar posse na prefeitura. Os três parlamentares têm computados 100% de presença nas 50 sessões realizadas este ano.