A pivô das denúncias de uma possível esquema de corrupção envolvendo recursos do governo da Bahia em contratos com a ONG Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, afirmou em uma nova entrevista à revista Veja que tanto o deputado federal Nelson Pelegrino (PT) quanto o candidato ao governo da Bahia pelo PT, Rui Costa, foram beneficiados com dinheiro da entidade, suspeita de desviar recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza e de prefeituras baianas e repassar para campanhas petistas no estado.

Ontem, reportagem do Bocão News mostrou que Dalva doou dinheiro, como “pessoa física”, para as campanhas de deputado federal de Rui e Pelegrino em 2006. Os petistas afirmaram que a ex-dirigente participou dos jantares de adesão de ambos, e consideraram que os recursos adquiridos de forma “legal” e são utilizados para levantar fundos para campanha.

“Nelson Pelegrino é uma pessoa que, inclusive ia na minha casa e no instituto sempre, inclusive tem uma creche lá na Avenida Peixe [em Salvador], de uma liderança dele, que ele me pediu para eu construir. Eu construir com recurso do instituto, obviamente que é um bem para a comunidade, mas foi para uma liderança dele”, afirmou.

Dalva afirma ainda que tem provas de que contribuiu para campanhas dos petistas. “Ele não pode negar que a gente contribuiu sim com a campanha dele, contribuímos mesmo, e ele sabe que é verdade. Eles estão no desespero porque sabem que eu vou provar e tenho como provar”, disse.

Ainda conforme Dalva, Rui destacava uma despachante para buscar dinheiro. “A mesma coisa foi Rui Costa, que ia lá no instituto, que recebeu dinheiro sim. Uma ex-mulher dele, acho que é Célia o nome dela, foi lá, inclusive, pegar recurso para a campanha dele. Agora, é muito simples as pessoas dizer que não me conhece”, acusou.

Nesta quarta (25), Rui Costa divulgou uma certidão emitida pelo Grupo de Atuação de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa do Ministério Público Estadual (MPE), coordenado pela promotora Rita Tourinho. No documento, o órgão afirma que o postulante petista não é alvo da investigação, que apura suposto desvio de recursos públicos em benefícios de políticos do PT da Bahia.