Descrita por agentes como jovem, bonita, simpática e desembaraçada, ela contou que entrou para o bando da favela onde nasceu e se criou porque “era muito fácil e queria ajudar o pessoal”.

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Segundo a polícia, por causa de sua boa aparência, ela passava sem problemas pelas barreiras policiais montadas na favela. E, como gozava de grande confiança da quadrilha, era a encarregada de comprar as roupas de grife para os traficantes. Ela era a única mulher do bando que tem mais 50 homens.

Dos 51 integrantes da quadrilha, 28 (incluindo Nathacha) já foram presos. A maioria, durante a Operação Gênesis, comandada pela 11ª DP (Rocinha), em setembro de 2014.

‘Mula’
Sem despertar suspeitas, Nathacha, que gozava da confiança dos traficantes, agia como “mula” – levando e trazendo quantidades pequenas de drogas que eram vendidas na favela.

“Entrei para essa vida porque era tudo muito fácil. Queria ajudar o pessoal. Não precisava fazer nada demais, dava uns telefones do sofá da minha casa e fazia o negócio. Não tinha medo de ser pega porque não ligava do meu telefone. Ganhava um dinheiro bom, até R$ 1,5 mil por semana”, contou a mulher ao G1, na delegacia.

Segundo o delegado Gabriel Fernando, Nathacha foi presa graças a escutas telefônicas, já que a jovem não tem antecedentes criminais. Ela contou que já fumou maconha, mas que atualmente estava livre das drogas.

Numa escuta telefônica recente, já desconfiada de que estava sendo procurada pela polícia, Nathacha disse que “mataria um policial”. Na ligação com um homem ainda não identificado, ela diz: “Tô em casa, boladona, cara. Não quero nem beber. Se beber vou querer matar policial”. O interlocutor pede calma a Nathacha e diz para ela “fumar um”. E ela responde: “Tô fumando toda hora”.

Compras para criminosos
Fernando diz que, além de comercializar a droga para os traficantes, Nathacha também se aproveitava de sua boa aparência para fazer compras de roupas, acessórios e objetos pessoais em shoppings para os criminosos.