Programação de qualidade, opção de escolha, ausência de comerciais e possibilidade de assistir onde e quando quiser. A fórmula da televisão do futuro chegou, e ela se chama Netflix.

Sim, o novo terror dos canais abertos e fechados veio para ficar e promete causar uma reviravolta no mercado audiovisual nos próximos anos.

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Com um faturamento de aproximadamente R$ 500 milhões no Brasil e contando com mais de 2,5 milhões de usuários brasileiros ativos, somente neste ano, a empresa de conteúdo sob demanda já deixou a Band e a RedeTV! comendo poeira.

MJRfDJxO Netflix quebrou o modelo de televisão que estávamos acostumados. Com ausência de publicidade e, consequentemente, mais independência e menos preocupação com índices de audiência, o conteúdo de suas produções consegue ser superior e ousado. Enquanto a Globo censura beijos gays e continua transmitindo uma programação de qualidade mediana aos brasileiros, o serviço de TV consegue arriscar mais bancando suas próprias séries e filmes apenas com o valor das assinaturas. E também ajudou a atenuar uma prática comum e ilegal: a pirataria de séries e filmes. A polêmica em torno da marca voltou ao centro de debates com a declaração do ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini. Ele disse na última semana que aplicativos como o Netflix deveriam ser “enquadrados por regulações nacionais” porque “tiram emprego” de muita gente. Uma tolice.

O ministro pode ficar despreocupado, já que ninguém mais está tirando trabalho do povo brasileiro que o próprio Governo Federal. As pessoas por aqui estão cansadas de pedir permissão, pagar taxa, entrar em fila e, no fim das contas, serem mal servidas. “Regular” é, nada mais, nada menos, do que tirar dinheiro do produto e encher de burocracia inútil. A TV paga, que sempre se destacou por trazer conteúdo de qualidade, também está aterrorizada com o serviço. Os assinantes já reclamavam que os melhores pacotes são excessivamente caros. Agora, os canais mais baratos perdem cada vez mais qualidade e se aproximam de modelos cada vez mais popularescos (os programas humorísticos do Multishow e os filmes dublados são um exemplo disso). No Netflix, você paga apenas a taxa mensal de R$ 19,90 e escolhe o que quer ou não assistir, com ou sem legenda. Não é incrível?!

Chega de ficar até altas horas da madrugada esperando o seu filme favorito. Chega de assistir séries com cenas picotadas para não desagradar “a família brasileira”. Aliás, quando poderíamos imaginar que um reality show apenas com drags queens iria fazer tanto sucesso por aqui? Netflix veio para ficar e as empresas nacionais precisarão lidar com isso. É o fim da cartelização nas comunicações. Em uma sociedade cada vez mais segmentada, onde as pessoas procuram cada vez mais identidade e expressividade, o modelo tradicional de televisão criado apenas para atrair anunciantes e prender o telespectador em frente ao aparelho não vai mais funcionar em breve. Já estava na hora de dar uma sacudida nessa turma. É preciso se reinventar. E tudo isso certamente é muito positivo em longo prazo. Quem ganha somos todos nós! Vida longa ao Netflix!