A mãe do menino recebeu pena de 9 anos, mas vai recorrer em liberdade. Segundo denúncia em Vinhedo, pai torturou o filho; ele vai recorrer.lutador-3A Justiça de Vinhedo (SP) condenou o lutador de jiu-jítsu Tiago Ahmar de Moraes, de 27 anos, a 23 anos e quatro meses de detenção em regime fechado pela morte do filho dele Yago Vinicius de Moraes, de 2 anos, ocorrida em julho de 2014.

Thiago Ahmar Moraes foi condenado a 23 anos e 4 meses de prisão

Segundo o Ministério Público, a vítima foi torturada pelo pai. O advogado dele, Aryldo de Oliveira de Paula, disse que vai recorrer da decisão.

A mãe da criança, Cristiana dos Santos Costa, recebeu a pena de nove anos e quatro meses, mas poderá recorrer em liberdade. Os defensores dela ainda não foram notificados e não vão comentar a sentença. Sobre o fato de a mãe recorrer em liberdade, a juíza Euzy Lopes Feijó Liberati escreveu: “tendo em vista não haver indícios de que vá atentar contra a ordem pública ou, ao menos por ora, que comprometerá a aplicação da lei penal”.Ela respondeu ao processo por omissão.

Já em relação ao pai, a juíza relatou: “O regime de cumprimento da pena, para o réu, será o fechado, não somente pela quantidade da pena, mas também por seu antecedente e sua personalidade perigosa e agressiva”. Moraes está preso em Tremembé (SP), onde permanecerá, segundo sua defesa.

“Violência tem um caráter pedagógico”

Pais do menino Yago quando procuravam atendimento médico

Tiago Moraes foi preso em agosto de 2014 e ao chegar na Delegacia de Vinhedo, onde o caso foi investigado, negou torturar o filho, mas admitiu que em alguns momentos usava da violência para educar. “A violência tem um caráter pedagógico, e algumas vezes eu tive que usar desse recurso para educar, mas sempre soube o limite, porque eu sabia que era muito mais forte que ele”, chegou a dizer.

Torturas

O MP entendeu que a morte de Yago foi decorrente de torturas sofridas pela criança desde janeiro de 2014, quando o casal passou a morar junto, e ofereceu a denúncia. Já a Polícia Civil indiciou o pai por homicídio qualificado e só depois, quando finalizou o inquérito, houve o indiciamento por tortura. Cristiana foi denunciada pelo Ministério Público  por ter se omitido ao longo dos meses. Os pais chegaram, no período de inquérito, a dizer que as lesões na criança foram decorrentes a uma queda de um brinquedo em um parquinho, mas os investigadores desconfiaram desta versão.

Laudos

A Promotoria  afirmou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte de Yago foi traumatismo craniano,  mas que no documento não constam outras lesões sofridas pela criança. Segundo o promotor Rogério Sanches, o prontuário da entrada do menino na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e tomografias feitas no HC da Unicamp indicam que ele sofreu múltiplas lesões pelo corpo e lesões de rim e fígado. O advogado de defesa de Tiago Moraes afirmou que os laudos da perícia não são conclusivos e que um contra-laudo comprovou que os ferimentos são compatíveis com uma queda de um brinquedo.