Quando 2015 começou, ele era todo seu. Foi colocado em suas mãos. Você podia fazer dele o que quisesse. Era como um livro em branco, e nele você podia colocar um poema, um pesadelo, uma blasfêmia, uma oração. Podia… Hoje não pode mais; já não é seu. É um livro já escrito.

Concluído. Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será lido, com todos os detalhes, e você não poderá corrigi-lo. Estará fora de seu alcance. Portanto, antes que 2015 termine, reflita, tome seu velho livro e o folheie com cuidado.

Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência; faça o exercício de ler a você mesmo. Leia tudo… Aprecie aquelas páginas de sua vida em que você usou seu melhor estilo. E aquelas que você conheceu pessoas maravilhosas (ou, as que reencontrou) aquelas que você se divertiu fazendo o que mais gosta.

Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não, não tente arrancá-las. Seria inútil. Já estão escritas. Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar reescrever as ruins.

Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu mundo. Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije-o. Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele e, a seguir, coloque-o nas mãos do Criador.

Não importa como esteja… Ainda que tenha páginas ruins, entregue e diga apenas duas palavras: Obrigado e perdão! E, quando 2016 chegar, lhe será entregue outro livro, novo, limpo, branco e todo seu, no qual você irá escrever o que desejar… FELIZ LIVRO NOVO! FELIZ 2016!