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Participante ativo e delator do esquema do mensalão em 2005, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) ressurge na cena política como uma metralhadora de avaliações e previsões sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e sobre os protagonistas do esquema de corrupção que desviou bilhões da Petrobras para pagamentos de propina e financiamento de campanha eleitoral.

Em entrevista nesta segunda-feira (11) ao programa Roda Viva, na TV Cultura, ele acredita o “discurso do governo acaba em uma semana”, quando a Câmara decidirá em plenário pelo impedimento ou não do governo petista.

Em conversa com jornalistas, Roberto Jefferson aposta em um novo governo sob a batuta do vice-presidente Michel Temer. “O Temer tem a boa vontade da maioria dos líderes do país para fazer essa transição. A desgraça do PT foi se meter a ser governo. Viu aquele monte de dinheiro. Cometeu um grave equívoco de achar que o dinheiro é do povo e ele representa o povo, então o dinheiro é dele. O melhor papel que o PT sempre fez foi de oposição, então deixa fazer, fazer barulho”, declarou.

“Dilma mentiu na eleição de 2014 para não perdê-la. Quem mente rouba, quem rouba mata. E ela hoje paga a conta da mentira que contou”, avaliou.

Roberto Jefferson ainda asseverou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), está com os dias contados para ser preso. Segundo ele, a missão do peemedebista se encerra tão logo conseguir sacramentar a aprovação em plenário do impeachment da presidente Dilma.

Em seguida, ele ainda relatou como foi sua rotina enquanto esteve preso por 14 meses e o “peso muito grande” que sentia durante a estadia na carceragem. “O Eduardo [Cunha] não vai fugir disso”, previu.

Em outro momento da entrevista, Jefferson falou da dificuldade de barrar a corrupção em empreiteiras e do poderio que elas têm nas negociações políticas que envolvem figuras públicas tanto de governo como de oposição.

“As empreiteiras são as maiores financiadoras. E elas vivem de governo. A oposição está atrelada a elas também. Você acha que alguém vai fazer CPI contra elas?”, indagou.

Lula

Na visão de Jefferson a ida de Lula para um ministério do governo, e a eventual conquista de foro privilegiado, mostra a dimensão do “desespero” do PT em face do afunilamento das investigações da Polícia Federal.

“Se o ministro Teori não tivesse feito o que fez, a justiça teria sido feita. Eu penso que estaria decretada a prisão de Lula lá no Paraná. A prova é muito robusta contra ele hoje”, afirmou.