Região em roxo mostra onde ocorrem reações principais do coronavírus; Cnpem busca medicamento inibidor da replicação do vírus - Divulgação/Cnpem

Muito antes do primeiro caso oficial de coronavírus surgir no Brasil, cientistas do país já buscavam uma cura ou um tratamento. Desde o fim de janeiro, pesquisadores do Cnpem (Centro Nacional de Pesquisas em Energias e Materiais), em Campinas (SP), investigam medicamentos que podem ajudar quem adoeceu de Covid-19. Menos de dois meses depois do início dos testes, que envolveram mais de 2.000 candidatos a tratamentos, restaram cinco opções consideradas as mais promissoras. Começa agora uma nova fase de testes.

O Cnpem, onde a maior parte da pesquisa é feita, é um centro independente de pesquisas, mas supervisionado pelo MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). Ele conta com laboratórios nacionais de nanotecnologia, biociências, biorrenováveis e de luz síncrontron, sendo este último o responsável por um dos mais avançados aceleradores de partículas do mundo.

A busca por um medicamento envolve o “reposicionamento de fármacos”. O que é isso? Eles selecionam medicamentos que já estão nas prateleiras das farmácias, portanto já aprovados para uso humano. Dos 2.000 iniciais —eram analgésicos, anti-hipertensivos, antibióticos e diuréticos, entre outros— o número caiu para 16 que tiveram resultados promissores e, posteriormente, para cinco medicamentos mais promissores, baratos e disponíveis no mercado brasileiro.

O estudo brasileiro começou com quatro pessoas, passou para seis e agora são 11 no projeto. Em tempos de isolamento, apenas pesquisadores ligados ao coronavírus estão seguindo o trabalho direto no Cnpem, enquanto outros ficam de home office. Aliás, o distanciamento social é um dos desafios para descobrir o medicamento correto.

RK