Em tom duro, a Rússia fez um novo alerta nesta segunda-feira, 25, sobre o envio de armas do Ocidente para a Ucrânia, horas depois de os Estados Unidos anunciarem um novo pacote de ajuda militar a Kiev. Segundo o embaixador russo em Washington, Anatoly Antonov, o envio de armamentos estaria “inflamando o conflito”.
“O que os americanos estão fazendo é jogar gasolina no fogo. Vejo uma tentativa de dobrar apostas, o que agrava a situação e pode levar a mais perdas”, disse à rede TV Russia 24. “Enfatizamos que é inaceitável que os EUA despejem armas na Ucrânia e exigimos o fim dessa prática.”
Durante entrevista, ele disse ter enviado um documento diplomático a Washington, mas que não obteve resposta.
Em meados de abril, a Rússia já havia alertado para “consequências imprevisíveis” caso o governo do presidente Joe Biden continue a transferir armas para a Ucrânia. A ameaça foi descoberta pelo jornal Washington Post, que obteve uma cópia de correspondência diplomática enviada por Moscou à Casa Branca.
“Pedimos aos Estados Unidos e seus aliados que parem com a militarização irresponsável da Ucrânia, que implica consequências imprevisíveis para a segurança regional e internacional”, diz a nota com data de 12 de abril.
Um dia antes, no sábado, Zelensky havia reforçado o desejo de obter “armas ainda mais pesadas e potentes” para enfrentar o exército russo. “Os representantes americanos não viriam aqui se não estivessem dispostos a doar [armas]“, ressaltou Oleksiy Arestovich, assessor de Zelensky, em entrevista transmitida pelo YouTube.
Mísseis russos atingiram cinco estações nas regiões de Lviv, Rivne, Vinnyista e Kiev e na cidade de Krasne – a 110 quilômetros da fronteira com a Polônia –, informou a mídia ucraniana. Alexander Kamyshin, chefe do serviço ferroviário da Ucrânia, disse que pelo menos 16 trens de passageiros foram retidos e acrescentou que houve vítimas, sem fornecer detalhes.