O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está dedicado ao difícil exercício da quadratura do círculo, que é arranjar um jeito de voltar a cobrar impostos de combustíveis sem que preços mais altos façam a inflação subir mais.
Essa fórmula da quadratura do círculo até em teoria podia ser encontrada por técnicos criativos. Mas o principal complicador é a questão política.
Ninguém gosta de inflação alta. Ninguém gosta de imposto alto. Ninguém gosta de gasolina cara. Nenhum governo aumenta a popularidade fazendo tudo subir. E popularidade é uma munição que se queima muito rápido, sobretudo se a economia patinar.
O problema da quadratura do círculo para Lula é que ele escolheu começar o governo pisando no acelerador dos gastos. Para segurar depois vai ficar mais difícil ainda, principalmente se a economia demorar para crescer.