A Polícia Civil segue investigando o caso do cavalo que teve as patas decepadas por um facão no último fim de semana, em Bananal, no interior de São Paulo. O animal morreu e, desde então, o caso vem gerando comoção em todo o país.

Nesta quarta-feira (20), uma nova perícia será realizada em Bananal, com agentes da Polícia Civil de São José dos Campos (SP) e veterinários. O objetivo é descobrir se o cavalo já estava morto quando teve as patas decepadas ou se morreu após o ato de crueldade.

Nesta terça-feira (19), o delegado responsável pelo caso deu detalhes da investigação, que tem o tutor do cavalo, Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz, de 21 anos, como alvo.

Em depoimento à Polícia Civil, o tutor afirmou que mutilou o animal após ele morrer, mas há a suspeita de que a mutilação tenha ocorrido com o cavalo ainda vivo.

“O autor disse o cavalo já estava morto. Que o cavalo não conseguia subir uma ladeira, morreu e que, depois da morte, ele decepou as partes do cavalo”, disse o delegado Rubens Luiz Fonseca Melo.

“A gente está tentando descobrir se os ferimentos realmente foram causados após ou antes da morte do animal, todavia os maus-tratos já estão aí porque, se o animal morreu de cansaço, já houve os maus-tratos. Mas é importante saber se ele já estava morto ou não”, completou o chefe da Polícia Civil de Bananal.

A Polícia Civil estima que o cavalo tenha percorrido quase 14 quilômetros, em um trajeto com muitas subidas, durante a cavalgada que antecedeu a mutilação e a morte do animal.

Ainda segundo a Polícia Civil, o tutor do animal contou que, após a mutilação, teve ajuda de um amigo da família para retirar o animal da estrada. Preso em uma corda, o cavalo foi arrastado por um carro por cerca de 760 metros e jogado em uma vala.

Corpo do cavalo que foi mutilado segue em estrada na zona rural de Bananal — Foto: Reprodução/TV Vanguarda

Corpo do cavalo que foi mutilado segue em estrada na zona rural de Bananal — Foto: Reprodução/TV Vanguarda

As primeiras análises da polícia no corpo do cavalo indicam que ele tinha outras marcas de facadas além das patas, como na barriga, por exemplo.

“Parece que há ferimentos de faca no cavalo, além das patas, mas essa é a nossa dúvida: se foram causados em vida ou já em óbito”, afirmou Melo.

Uma equipe de veterinários vai acompanhar o trabalho da perícia para identificar a questão e mais detalhes da morte do animal.

A expectativa da polícia é de indiciar Andrey Guilherme Nogueira de Queiroz quanto antes.

“Por enquanto, nós não indiciamos (o tutor), porque eu ainda quero tentar ouvir ele novamente. Acho que tem alguns detalhes, de como foi a morte do animal. Mas pretendemos terminar esse procedimento para remeter ao Ministério Público para que a justiça seja feita o mais rápido possível”, concluiu o delegado.

De acordo com a lei de crimes ambientais, maus-tratos como abuso, ferimento e mutilação têm pena prevista de até um ano de prisão.

No caso de animais domésticos, a punição chega a cinco anos de detenção e pode ser aumentada em até um terço da pena, caso haja morte do animal.