Um dos pré-candidatos ao governo da Bahia pela oposição, Geddel Vieira Lima (PMDB), opinou sobre as declarações do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelo Nilo (PTB), que foi derrotado por João Leão (PP) para a vaga que restava na majoritária governista, a de vice de Rui Costa (PT).

Nesta quinta-feira (20), Nilo se mostrou irritado com a escolha do até então amigo político Jaques Wagner e fez duras críticas ao se apoiar na forma como a escolha foi conduzida pelo petista. A mágoa parte das informações que chegaram para o pedetista por meio da imprensa e não de maneira formal e ‘respeitosa’ que para ele seria importante.

No calor do embate, Geddel comentou em rede social a postura do rival político. “Talvez agora o presidente Marcelo Nilo se lembre o que dizia a ele desde 2009 sobre Wagner. Ele está conhecendo o Wagner que eu conheci”, escreveu.

As declarações reforçam os rumos das conversas entre o PDT de Nilo e a oposição baiana. A aliança ainda é incerta, mas durante o fim de semana, declarações amistosas entre o pedetista e o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB), já levantava a possibilidade de uma possível conversa entre as siglas.

Com as declarações raivosas contra o governo nesta quinta, somadas as constantes declarações de gratidão que Nilo tem dado sobre a oposição que o apoiou para a presidência da Assembleia por três oportunidades, e, por fim, declarar que se o PDT optar pela oposição ele estará dentro, começa a desenha um casamento.

De acordo com o próprio Nilo, João Leão foi escolhido porque a “lealdade perdeu para a chantagem”. A afirmação se costura em função da escolha ter sido acordada depois o PP ameaçou o PT: ou a vaga de vice seria pepista, ou a sigla iria migrar para o PSB do pré-candidato a Presidência da República, Eduardo Campos, que na Bahia tem na senadora Lídice da Mata a representante da sigla.

Wagner não quis pagar para ver. Por observar o PP com 55 prefeituras seria mais forte e ‘maior’ do que o PDT com seus 46 prefeitos em municípios baianos. Mas, a escolha de Wagner, que confia mais na lealdade dos pedetistas em não abandonar o banco às vésperas da eleição do que o PP, pode sair pela culatra. Ele pode ver o aliado de anos tomar outro rumo.

Nilo garante que vai remar com o seu partido, que está chateado como a escolha foi conduzida. Ele garantiu que só vai se manifestar sobre o candidato que vai apoiar depois da Copa do Mundo, em junho. A única garantia é que em outubro vai tentar mais uma reeleição para o posto de deputado estadual.