O calote de R$ 1,4 bilhão em 32 mil investidores dado pelas Fazendas Reunidas Boi Gordo, entre eles dezenas de jogadores, deixou o ex-volante Vampeta precavido. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o atleta contou que não entendeu, no primeiro momento, a falência da empresa. “Nem sabia o que era concordata”.

O amigo e ex-jogador da Seleção Brasileira, Edilson, foi quem explicou. Vampeta ligou para o “Capetinha”, que o indicou para o investimento, após ouvir a notícia: “Boi Gordo pede concordata”. “O que é concordata? Acabei de ouvir na televisão”. O amigo responde: “Vamp, a empresa quebou”.

Em 1990, a Boi Gordo vendia Contratos de Investimento Coletivo (CIC) atrelados a cabeças de boi para engorda em suas fazendas, prometendo um retorno de 42% em 18 meses. Uma das campanhas de marketing, dirigida ao pequeno investidor, era protagonizada pelo ator Antônio Fagundes, que já interpretou o Rei do Gado no horário nobre da TV.

Hoje, o jogador brinca com a situação. “Perdi pouco, mas teve gente que perdeu muita grana, milhões. No futebol é assim. Um aconselha o outro e vai todo mundo para o mesmo investimento. Eu tinha ganhado uns bois do Edilson, mas era tudo de papel. Não tenho a menor esperança de ver mais a cor desse dinheiro”, afirmou Vampeta.

Após o calote, outra empresa ofereceu um negócio. Desta vez com avestruz. “Pensei no ato: já perdi meus bois de papel, agora avestruz? Nem pensar. E olha que a carne de avestruz é cara”, ri da situação.