Enquanto presidente da Petrobras, o atual secretário de Planejamento da Bahia, José Sérgio Gabrielli, nomeou o primo, engenheiro José Orlando Azevedo, que participou do processo que resultou no pagamento de US$ 820 milhões pela Petrobras para aquisição da refinaria de Pasadena. Porém, após questionamentos sobre a compra da refinaria, a estatal demitiu Azevedo na última quinta-feira (27). Sobre o caso, Gabrielli não quis comentar. “A Petrobras é que tem que falar”.

O engenheiro era funcionário de carreira e foi nomeado pelo primo de 2008 à 2012 para a presidência da Petrobras America – período em que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foi questionada judicialmente pela estatal. Atualmente ocupava cargo de diretor comercial da Transportadora Associada de Gás (TAG). A Petrobras considerou “rotineira” a demissão. Em nota encaminhada ao jornal O Globo, a estatal afirma que foram aprovadas outras oito alterações e reconduções.

Gabrielli limitou-se a falar sobre a demissão do primo, mas voltou a defender a compra da refinaria. O secretário afirmou que o preço da refinaria, em termos de ativo, foi de US$ 486 milhões. “Isso, a 100 mil barris por dia, corresponde a US$ 4.860 por barril. Desafio qualquer analista a dizer que este preço está acima do mercado, mesmo com a disputa judicial. O custo de refinaria foi de US$ 486 milhões, o US$ 1,2 bilhão corresponde ao custo da matéria prima adquirido, as garantias bancárias e o processo judicial. Portanto, não é custo da refinaria”, ressaltou.