Saiba como lidar com aquelas discussões pelas quais, em um momento ou outro, todo relacionamento passa

Por mais diferentes que sejam os relacionamentos, algumas brigas parecem afetar a todos. Ainda que tentemos evitar as discussões ao máximo, em algum momento elas surgem. Afinal, temas como ciúmes, sexo e dinheiro são universais.

A forma de agir dos seres humanos é extremamente instintiva, o que explica boa parte dos problemas que surgem nas relações amorosas. “Nós somos animais emocionais que pensam, não somos racionais”, brinca Claudio Paixão, doutor em psicologia e pesquisador da Escola de Ciência da Informação em Belo Horizonte.

Veja 10 tipos de brigas comuns à maioria dos casais e algumas dicas do especialista para resolvê-las:

1. Ciúme

celular e ciúmes

Sentir ciúme é algo natural do ser humano e, em alguns casos, pode até potencializar o relacionamento. “Se eu tenho medo de perder a minha parceira, eu redobro meus cuidados com ela”, exemplifica Paixão. Segundo o especialista, o que não pode acontecer é a tentativa de ‘prender’ a pessoa amada. “Vivemos em uma sociedade aberta, na qual entramos em contato com dezenas de parceiros em potencial diariamente. Ninguém tem garantia de nada”, diz.

Neste caso, a melhor forma de lidar com o sentimento é estabelecer um relacionamento de sinceridade e confiança com o parceiro. Procure levantar questionamentos do tipo: o que é traição para nós dois? O que faremos caso aconteça alguma coisa? Preferencialmente, claro, antes que surja algum problema.

O único comportamento que não pode estar relacionado de nenhuma forma ao ciúme é a agressividade. “A agressão física ou moral constante gera estresse prolongado. Isso pode levar à depressão, ao alcoolismo e até a problemas de saúde”, diz o professor. Em situações deste tipo, a separação é uma saída que deve ser considerada seriamente.

2. Infidelidade

aliança bolso

Quando um episódio de infidelidade acontece, há duas opções: terminar o relacionamento ou superar a questão e seguir em frente. Um erro comum nestes casos é o traído relembrar constantemente o acontecido, usando o fato como arma nas discussões. “Se a ideia é continuar junto, aquele assunto tem que ser esgotado”, sugere o psicólogo.

Um conselho do especialista é que o casal procure recomeçar tudo do zero, considerando a relação anterior como terminada e dando início a uma nova história entre os dois. “É preciso ter tudo isso claro para que o ciúme não destrua o relacionamento”, constata Paixão.

3. Falta de sexo

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Em casais que ficam juntos por muito tempo, é natural que diminua o desejo pelo outro. Aos poucos, o encantamento inicial dá lugar a uma pessoa não mais idealizada, que tem qualidades e defeitos próprios. “Passada a fase inicial de aprendizado, há um questionamento crucial: estou pronto para sair de mim mesmo e lidar com esse universo desconhecido?”, explica Paixão.

Segundo o especialista, a melhor forma de recuperar o desejo pelo outro é estar aberto para o novo. “Os melhores casais são aqueles que se deixam aventurar nas experiências que o outro tem e que lhe são estranhas”, diz, antes de finalizar: “quando isso acontece, há uma relação de crescimento intelectual e afetivo entre os dois”.

4. Fantasias sexuais

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O relacionamento entre duas pessoas que se gostam é o mais propício dos ambientes para a liberação de fantasias sexuais. Procure externar para o parceiro suas vontades e propicie que ele também revele suas vontades. O mais importante é não julgar. “Na sexualidade pode qualquer coisa, desde que exista o consentimento do outro”, diz o psicólogo.

5. Falta de cuidado

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“Quando a gente ama, é claro que a gente cuida”, diria Caetano Veloso na música “Sozinho”, de autoria do Peninha. E ele está coberto de razão. “O cuidado com o outro é o componente central do amor”, diz Claudio Paixão, antes de completar: “é algo que está presente em todas as formas de amar”.

Um dos primeiros sinais de que o relacionamento está mal é quando este cuidado é deixado de lado. Esforce-se, portanto, para demonstrar seu amor através de pequenos gestos expontâneos, como um presente fora de hora ou um carinho especial.

6. Novo papel do homem

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A época em que cabia ao homem o papel de provedor da casa ficou no passado. Em tempos de igualdade entre os sexos, homem tem a difícil tarefa de se reencontrar dentro da dinâmica dos relacionamentos. “É um outro universo que precisa ser descoberto”, diz o psicólogo. “Se o meu parceiro quer exercer o papel de machão, mas eu não quero exercer o papel de ‘Amélia’, eu preciso saber impor os meus limites”, diz.

7. Tarefas da casa

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Cozinhar de vez em quando nos fins de semana não é contribuir com a casa. É isso o que deixa claro o psicólogo Claudio Paixão. “Muitos homens cumprem algumas tarefas por prazer, mas as coisas do cotidiano, na maioria dos casos, seguem nas mãos das mulheres”. Segundo o especialista, ambos os parceiros precisam contribuir integralmente para que a casa funcione bem, organicamente. “Tem que ser, de fato, uma parceria”, constata.

8. Familiares

Cena do filme 'A Sogra'

Quando se dá início a um relacionamento amoroso sério, é necessário se descolar da família para que esta relação seja bem aproveitada. “Temos que ter cuidado para não deixarmos que a família adentre a relação amorosa”, aconselha o pesquisador.

Os pais podem, sim, exercer um papel importante na construção desta novo núcleo familiar, mas sempre no papel de consultores. “Os senhores daquele lar são os parceiros que estão morando nele.”

9. Criação dos filhos

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Todas as pessoas são diferentes umas das outras. Com criação e influências culturais variadas, é normal que, ao se juntar para criar um filho, o casal tenha opiniões divergentes. Por isso, uma conversa franca antes de decidir ter uma criança é essencial. “Se não temos uma visão de mundo clara, isso aparece na hora de criar os filhos”, diz o psicólogo.

10. Dinheiro

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Quando a situação econômica do casal vai mal, é comum que as brigas relacionadas ao dinheiro se tornem rotina. Para evitar atritos, o ideal é que, sempre que possível, ambos contribuam com as finanças.

No entanto, mesmo quando não é este o caso, o controle do dinheiro não deve ficar apenas nas mãos da pessoa que trabalha. “Este é um modelo muito antigo de família, não é contemporâneo”, constata o psicólogo da ECI. Para facilitar as coisas e organizar o caixa, buscar os serviços de um consultor financeiro pode ser uma ótima pedida.