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Os Emirados Árabes, que já ergueram o prédio mais alto do mundo, com 163 andares, estão mirando um bocadinho mais alto: Marte. O país já havia anunciado que tinha planos de enviar uma missão não tripulada ao planeta vermelho em 2021, coincidindo com o aniversário de 50 anos da união entre os ricos principados do Golfo. Mas, no último mês, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, premiê dos Emirados, adicionou um outro objetivo ao programa espacial: construir uma cidade em Marte em 2117, daqui a um século.

São metas ousadas, como foi também o rápido desenvolvimento de Dubai e Abu Dhabi a partir dos anos 1970, em uma região desértica. Os Emirados planejam também erguer uma cidade climatizada no Golfo, uma região cuja sensação térmica pode passar dos 50º C. Há dúvidas sobre a viabilidade da viagem a Marte. Não há detalhes técnicos de como essas missões seriam feitas. Mas o importante, como no clichê, não é a chegada, mas a viagem em si, diz à Folha Mohammed al-Ahbabi, diretor-geral da agência espacial dos Emirados Árabes. “Esse não é um projeto sobre o destino final, mas sobre ampliar os nossos conhecimentos e incentivar os nossos jovens”, afirma Ahbabi. 

A agência espacial, criada em 2014, regula um dos setores industriais escolhidos pelo governo dos Emirados para impulsionar sua economia quando o petróleo –hoje seu principal recurso– secar. Mas, quando esse dia chegar, também terão secado os fundos soberanos que por ora gestionam as rendas milionárias do petróleo. O país investiu quase R$ 20 bilhões em seu programa espacial nas últimas duas décadas, incluindo o desenvolvimento de tecnologias de comunicação. Os Emirados devem lançar um satélite neste ano para a cobertura da América Latina e, em especial, do Brasil.