Gilson Finkelsztain

Quando assumiu o comando da B3, a maior bolsa de valores da América Latina, sediada em São Paulo, Gilson Finkelsztain encontrou um mercado estagnado em torno dos 500 000 investidores individuais. Qualquer variação de 50 000 pessoas nesse contingente era motivo de comemoração. Dois anos depois, em 2019, o processo de amadurecimento econômico do país associado aos juros em baixa provocou uma mudança radical nesse cenário, e a B3 atingiu a marca de 1 milhão de investidores locais. Desde então, a curva se acentuou. Nas últimas semanas, a B3 atingiu os 5 milhões de CPFs cadastrados. Mas a inflação em descontrole e a mudança na política de juros pelo Banco Central a partir de setembro do ano passado lançaram uma sombra sobre essa euforia. Ainda assim, Finkelsztain segue otimista e acredita que não haverá retrocesso na evolução do mercado de capitais. Para ele houve uma mudança cultural entre os brasileiros e os investidores estrangeiros reconhecem o país como uma oportunidade, mesmo com o desempenho sofrível dos indicadores econômicos. “As ações brasileiras ainda estão baratas em relação ao potencial das empresas do país”, avalia Finkelsztain, 49 anos, engenheiro de produção que fez carreira no mercado financeiro. Para ele, nem mesmo os ruídos políticos e as eleições presidenciais devem comprometer essa performance. ( VEJA )

RK