A doença de Parkinson é frequentemente confundida com outro problema de saúde chamado de tremores essenciais (TE), pois as duas condições possuem o tremor como principal sintoma. No entanto, elas são diferentes e exigem cuidados diferenciados.
Os tremores essenciais são desordens neurológicas caracterizadas por espasmos involuntários. A causa dessa condição ainda não é conhecida, mas a comunidade científica acredita que seja um problema nos circuitos cerebrais. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 20% da população acima de 65 anos apresentará a condição em algum momento da vida.
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Já a doença de Parkinson ocorre por causa da degeneração das células situadas em uma região do cérebro chamada substância negra. A consequência é uma diminuição intensa na produção de dopamina, neurotransmissor que ajuda no transporte de mensagens entre as células nervosas.
O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebroAndriy Onufriyenko/ Getty Images
Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina
Esse processo degenerativo das células nervosas pode afetar diferentes partes do cérebro e, como consequência, gerar sintomas como tremores involuntários, perda da coordenação motora e rigidez muscular
Outros sintomas da doença são lentidão, contração muscular, movimentos involuntários e instabilidade da postura
Em casos avançados, a doença também impede a produção de acetilcolina, neurotransmissor que regula a memória, aprendizado e o sono
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a doença ser conhecida por acometer pessoas idosas, cerca de 10% a 15% dos pacientes diagnosticados têm menos de 50 anos.
Não se sabe ao certo o que causa o Parkinson, mas, quando ocorre em jovens, é comum que tenha relação genética. Neste caso, os sintomas progridem mais lentamente, e há uma maior preservação cognitiva e de expectativa de vida.
O diagnóstico é médico e exige uma série de exames, tais como: tomografia cerebral e ressonância magnética. Para pacientes sem sintomas, recomenda-se a realização de tomografia computadorizada para verificar a quantidade de dopamina no cérebro.
O Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode diminuir a progressão dos sintomas e ajudar na qualidade de vida. Além de remédio, é necessário o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Em alguns casos, há possibilidade de cirurgia no cérebro.
Parkinson é uma doença neurológica caracterizada pela degeneração progressiva dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina.
Qual a diferença entre Parkinson e TE?
O neurologista Vicente Mamede, do Instituto de Neurologia de Goiânia, explica que o TE é, classicamente, um tremor que ocorre durante ações, quando o indivíduo vai pegar ou alcançar algo, diferentemente dos tremores da doença de Parkinson.
“O tremor da doença de Parkinson é um tremor de repouso, de baixa amplitude, que ocorre quando os membros estão relaxados”, afirma Mamede.
O TE geralmente afeta pés e mãos (região mais atingida), mas também pode prejudicar a voz e a cabeça.
Por outro lado, no caso do Parkinson, a falta de dopamina provoca lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio e alterações na fala e na escrita.
Tratamento
O TE não é uma doença degenerativa progressiva, como o Parkinson, e pode ser controlado com medicamentos.
O tratamento para o Parkinson, por sua vez, envolve medicamentos que aumentam a quantidade de substância que auxiliam nas transmissões entre neurônios, associados a medidas não farmacológicas, como a fisioterapia. “Em alguns casos, uma cirurgia com implante de eletrodo profundo pode ser indicada”, detalha Vicente Mamede.