O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, sinalizou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que tão logo seja confirmada que a variedade da doença vaca louca detectada em uma fazenda no Pará é “atípica”, o retorno das exportações de carne brasileira ao país será rápido, segundo fontes do ministério.

O embaixador deu a sinalização após responder a uma pergunta específica do ministro se haveria quarentena após a confirmação da variedade atípica pelo laboratório canadense que está fazendo a análise. A resposta foi negativa.

A sinalização confirma expectativa no ministério e também no Palácio do Planalto de que o retorno das exportações possa ocorrer ainda em março, antes portanto da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país, previsto para o final do próximo mês.

O laboratório canadense deve dar a resposta até o final da próxima semana. Ela será entregue em mãos às autoridades chinesas pelo próprio ministro na segunda-feira, dia 6 de março. A expectativa do governo brasileiro é que ainda naquela semana seja possível reverter a suspensão das exportações.

Outros componentes ajudam a traçar esse cenário otimista.

Primeiro, o bom momento da relação diplomática entre os dois países, simbolizada no encontro entre Lula e Xi Jinping previsto para o próximo mês. No governo Bolsonaro, quando a relação entre os dois países era tensa, esse prazo chegou a ser de quatro meses.

Segundo, a dependência do mercado interno chinês da carne brasileira.

Terceiro, a velocidade e transparência com que o governo brasileiro e paranaense trataram o caso, que foi inclusive elogiado pelo embaixador chinês na conversa com o ministro na tarde desta quinta-feira (23).