O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), sancionou projeto de lei que autoriza a venda de bebidas alcoólicas nos estádios baianos. A decisão foi publicada no “Diário Oficial do Estado” de sábado e gerou muitas críticas.

A lei vai contra o Estatuto do Torcedor, uma resolução da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de 2008, da opinião do Ministério Público e de pessoas que se preocupam com a violência nos estádios.

A lei ainda foi piorada pelo governador ao vetar quatro ítens. Um deles limitava a venda a bebidas com teor alcoólico de até 20%, a partir de uma hora e meia antes do jogo.

Com o veto de Wager, está liberada qualquer bebida, inclusive cachaça, com a venda liberada duas horas antes do início das partidas, sem limite para encerramento.

A lei foi sancionada a despeito de posicionamento contrário da Polícia Militar da Bahia, que emitiu parecer por meio do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos, e do Ministério Público do Estado da Bahia.

O promotor Olímpio Campinho afirma que a nova lei “atende aos interesses econômicos das cervejarias”, sobretudo o Grupo Petrópolis, que detém exclusividade de venda na Arena Fonte Nova por 10 anos.

A exclusividade é resultado de um contrato de “naming rights” assinado com o governo baiano, no qual a cerveja Itaipava passou a dar nome ao estádio e o governo recebe R$ 10 milhões anuais como contrapartida.

O Ministério Público da Bahia informou que vai contestar a nova lei na Justiça.