BEIJOÉ muito comum a ideia de que o beijo transmite uma série de doenças. Na contramão deste pensamento, o estomatologista Silvio Boraks afirmou que o contato bucal pode, na verdade, ser benéfico e criar imunidade para doenças como mononucleose infecciosa, hepatite A, caxumba, sarampo e até gripe.

Para ele, o beijo funciona praticamente como uma vacina. “Quando beijam na boca, as pessoas entram em contato com micro-organismos estranhos ao seu organismo, o que provoca a formação de anticorpos.

Claro desde que estejam em bom estado de saúde, sem ferimentos na região e sejam imunocompetentes – ou seja, capazes de produzir respostas imunológicas a antígenos”, afirmou. O especialista explicou que isso ocorre devido ao eficiente sistema de proteção da boca. Outras doenças como sapinho e herpes funcionam de forma diferente. O primeiro, um fungo natural do ser humano, já está presente na flora bucal de todos. O segundo é um vírus que, em geral, se adquire ainda nos primeiros anos de vida e cerca de 85% a 90% da população mundial o possui de forma latente, ou seja, quase todo mundo é portador.

“Ambos só eclodem quando há uma baixa na imunidade, e não pelo contato físico”, disse Boraks. Ainda assim, é necessário ter cuidado com os problemas. “Há uma tendência em chamar toda manchinha branca na boca de sapinho, quando na realidade pode se tratar de uma leucoplasia, lesão esbranquiçada que precede o câncer e que também não tem nada a ver com beijo”, alertou o estomatologista.