Padre Luís Miguel Mendes está em prisão domiciliária numa casa no centro da cidade da Guarda que pertence à diocese.

O padre Luís Miguel Mendes, acusado de 19 crimes sexuais, tentou demover as vítimas de denunciarem os abusos. Poucos dias antes da detenção, em dezembro do ano passado, o vice-reitor do Seminário Menor do Fundão soube que os menores falaram do que se passava durante a noite, nas camaratas.

O padre chamou ao escritório três das vítimas de que abusou – no total foram seis crianças – e outros alunos que participaram na conversa, e garantiu que nunca lhes quis fazer mal. “Não sou gay, apenas fiz o que os pais fazem aos filhos”, terá dito, segundo o processo, Luís Miguel Mendes, de 37 anos.

O vice-reitor pediu às vítimas que esquecessem o que aconteceu e garantiu que nunca mais iria repetir os atos. Mas as crianças denunciaram o caso aos pais. Semanas antes, os menores prepararam um plano para apanhar o padre em flagrante. Pretendiam levar um telemóvel para as camaratas – os aparelhos eram retirados às crianças ao anoitecer – e filmar o padre na cama com os menores.

Segundo o processo, os abusos sexuais ocorriam sempre depois da meia-noite. As crianças acordavam durante a madrugada com o padre deitado ao lado delas, algumas vezes já despidas e a serem vítimas de abusos. Só numa situação é que o padre Luís Mendes consumou a relação sexual com um dos menores. O vice-reitor está em prisão domiciliária, numa casa no centro da cidade da Guarda e que pertence à diocese