DHPP continuará as investigações e planeja ouvir o atacante Guerrero, ameaçado durante a invasão da torcida no CT

Depois de prender três corintianos durante operação na madrugada desta quinta-feira, a delegada e chefe do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), Elisabeth Sato, e a delegada do Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) Margarete Barreto esclareceram os detalhes da investigação acerca da invasão ocorrida no CT Joaquim Grava, no início deste mês. O inquérito instaurado é de formação de quadrilha, lesão corporal, ameaça e furto.

Futura Press

A delegada Margarete Barreto concede entrevista coletiva na sede do DHPP, para falar sobre a detenção de 12 torcedores do Corinthians nesta quinta-feira

 

De acordo com as delegadas, foram expedidos pela justiça 11 mandados, sendo cinco de prisão temporária aos torcedores, os quais dois deles já foram cumpridos, e outros seis mandados de busca e apreensão. Tarcísio Bacelli Diniz e Gabriel Monteiro de Campo foram presos, sendo que o último já tinha passagem por furto e ameaça durante uma confusão no Metrô de São Paulo.

Polícia prende invasores do CT do Corinthians e ainda busca por outros três

Um terceiro homem foi preso em flagrante na sede da Camisa 12, uma das torcidas organizadas do clube. Danilo dos Santos Gomes portava um revólver calibre 38 e porções de maconha. No mesmo local foram apreendidos rojões modificados e cerca de R$ 18 mil.

“Através de algumas fotografias que foram reproduzidas, a Dra. Margarete conseguiu identificar alguns desses torcedores (invasores). Eram três torcidas organizadas: Gaviões da Fiel, Pavilhão 9 e Camisa 12. Foram identificados cinco torcedores, então decidimos representar a prisão temporária e o cumprimento de mandado de busca e apreensão”, explicou Sato.

De acordo com as oficiais, foram convocados 90 policiais para a operação, entre eles investigadores, delegados e agentes. “Hoje o DHPP conseguiu prender duas pessoas, e uma outra em flagrante na sede da torcida organizada. Nós estamos investigando todas a linhas abertas”, disse Barreto, lembrando que parte das imagens do circuito interno desapareceu. “Existe uma filmagem de alguns torcedores pulando a cerca para entrar no CT, mas também há a hipótese dessa entrada ter sido feita pelo portão da frente. Isso também está sendo investigado. Se tivéssemos a imagem, facilitaria”.

Além da apreensão de objetos feita na Camisa 12, também foi apreendida na sede da Gaviões da Fiel, no bairro do Bom Retiro, a quantia de R$ 3.600. O valor, segundo o tesoureiro da organizada, foi um pagamento feito por uma pessoa que havia pegado emprestada essa quantia para custear a viagem para o Mundial de Clubes, no Japão.

“O nosso intuito é ir até o fim, doa a quem doer. A partir do momento que a investigação vem para o DHPP, ela será feita, com toda transparência e sem a ingerência de quem quer que seja. Não é possível que atos como esse se tornem violência a um funcionário, a uma copeira que foi agredida e chutada, a um médico reconhecido. Isso não pode acontecer. Há outras maneiras de ir contra ao clube, como deixar de ir ao estádio”, discursou a delegada do DHPP.

As investigações continuam a ser executadas pela Polícia Civil, e mais pessoas devem ser ouvidas, entre elas o atacante Guerrero, que foi ameaçado pelos invasores. As autoridades ainda podem pedir prorrogação da medida cautelar e manter os detidos por até 30 dias, dependendo da decisão do juiz.