dirceuEx-ministro já havia sido condenado por envolvimento com Mensalão

 

O ex-ministro José Dirceu foi condenado pela Justiça Federal na manhã desta quarta-feira (18) a 23 anos de prisão, pelos crimes de corrupção passiva, recebimento de vantagem indevida, e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção descoberto na Petrobrás pela Operação Lava Jato. A defesa de José Dirceu poderá recorrer desta decisão, que é a primeira condenação da operação Lava Jato.

O processo  que investigou o ex-ministro teve por objeto irregularidades de contratos com empresas terceirizadas, contratadas pela diretoria de Serviços, que pagavam uma prestação mensal para Dirceu através de Milton Pascowitch – um dos delatores da Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro Dirceu teria enriquecido desta forma.

O ex ministro já havia sido preso em agosto de 2015, pela 17ª etapa da operação, nomeada Pixuleco, e estava preso preventivamente. Dirceu já havia sido condenado anteriormente por envolvimento com o Mensalão cumprindo pena de 7 anos e 11 meses.

Para o juiz Sérgio Moro, o ex-ministro agiu com reiteração criminosa, ao receber propina mesmo já tendo sido condenado pelo Mensalão: “O mais perturbador, porém, em relação a José Dirceu de Oliveira e Silva consiste no fato de que recebeu propina inclusive enquanto estava sendo julgada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal a Ação Penal 470, havendo registro de recebimentos pelo menos até 13/11/2013”, expôs o juiz na sentença.

De acordo com o MPF, o valor de corrupção envolvido nos atos de José Dirceu  foi estimado em R$ 60 milhões, e cerca de R$ 65 milhões foram lavados.