VÍDEO: Mulheres são presas por torturar, filmar e arrastar adolescente nua. Assista
Adolescente de 15 anos foi castigada por namorar o marido de uma delas. Vídeo no WhatsApp ajudou a prender agressoras. Reportagem falou com vítima.
Duas mulheres foram presas no mês passado em São Paulo acusadas de torturar e agredir uma adolescente de 15 anos e ainda arrastá-la nua, pelos cabelos, por uma rua da comunidade onde moram na Zona Sul.
As agressoras filmaram a tortura e divulgaram o vídeo pelas redes sociais, principalmente WhatsApp. A menina, traumatizada, só pensa em ir embora do lugar onde mora.
“Eu não quero morar mais aqui”, disse a adolescente em entrevista. “Quero ir para um lugar bem longe, com minha avó, com meu pai”. Ela mora em uma casa humilde com a avó, a tia e o pai. A avó dela pretende recorrer à Justiça para pedir que as mulheres acusadas de torturar sua neta a indenizem por danos morais. “Eu quero Justiça. E quero que indenize minha neta”, falou. Segundo a Polícia Civil, Antonia Raniele Vieira da Costa, de 22 anos, e a amiga dela, Lindineia Lopes Vieira, de 23, foram presas em abril.
As filmagens feitas por celular mostram as duas xingando, agredindo e obrigando a garota a se despir como punição por ela ter namorado o marido de uma delas quanto tinha apenas 13 anos. As agressões ocorreram no final de março na laje de uma casa e depois nas ruas próximas. O marido de Antônia tinha 26 anos à época do namoro com a adolescente. Segundo a avó da garota, ele ainda escondeu da estudante que era casado. Atualmente, o homem está preso por roubo a banco. O Código Penal proíbe a prática de sexo ou outro ato libidinoso com menores de 14 anos, com pena de 8 a 15 anos de cadeia.
As cenas compartilhadas nas redes sociais chegaram ao conhecimento da Polícia Civil, que as encaminhou à Justiça. O juiz, por sua vez, decretou a prisão de Antonia e Lindineia por tortura e lesão corporal. Elas estão presas preventivamente no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franco da Rocha, na região metropolitana, segundo informou a assessoria de imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
A polícia e o Tribunal de Justiça (TJ) não confirmaram se as presas constituíram advogados para defende-las. Por esse motivo, o G1 não conseguiu falar com elas ou com suas defesas. Durante seu interrogatório à polícia, Antonia se reservou ao direito de permanecer em silêncio. Lindineia negou a agressão a menor e disse não ter ajudado a amiga a obrigar a vítima a andar pelada na rua, apesar de as imagens gravadas por elas mostrarem o contrário.
Trauma
A menina relatou o trauma sofrido. “Começaram a me bater. Ela e a amiga dela começaram a me bater. Aí eu fiquei com medo”, contou a estudante à equipe de reportagem. “Falou que ia mandar andar pelada na rua. E se eu falasse para alguém, ela ia me matar.” “Elas me obrigaram a tirar a roupa. Na rua, ali na rua. Pelada, eu pedi ajuda para o menino. O menino falou que não podia me ajudar. E um monte de gente via e ninguém me ajudou”, recordou a garota. “Filmaram. Mandaram para um monte de gente no Whats [WhatsApp], no Facebook. E os outros me via [sic] na rua e ficava [sic] me zuando”, comentou a garota, que voltou a frequentar as aulas do ensino fundamental e está passando por tratamento psicológico.
Vídeos
Nos dois vídeos, que totalizam 4 minutos e 24 segundos, e estão sendo compartilhados nas redes sociais, Antonia e Lindineia aparecem obrigando a estudante a tirar a roupa.
Enquanto as duas mulheres se revezam nas filmagens que são feitas com um celular, a garota tem os cabelos puxados, recebe tapas no rosto e leva pancadas na cabeça com uma ferramenta usada para cavar. Enquanto Antonia puxa a menor pelos cabelos, a obrigando a andar pelada pelas ruas, Lindineia filma. “Você está apanhando por quê?”, pergunta Lindineia à adolescente. “Porque eu tô errada”, responde a garota. A menor ainda é ameaçada se vir a se encontrar com o marido de Antonia quando ele deixar a prisão.
Assista:
‘Brutalidade’