Tays-Reis-Vingadora-3Em entrevista ao VN, Tays Reis fala sobre traição, relacionamentos e planos para o futuro

Henrique Brinco
Colaboração de Vinícius Nunes

A cantora Tays Reis é o tipo de artista que gosta do que faz e se sente plenamente realizada na carreira. Já familiarizada com os flashes, ao chegar na redação do Varela Notícias para uma entrevista, na tarde desta sexta-feira (8), a vocalista da banda Vingadora já foi logo tirando uma selfie para postar no Instagram. Exibindo um corpão de dar inveja, a morena de 21 aninhos chama atenção pela beleza exuberante. A Tays de hoje é bem diferente da jovem Tays de Itabuna (BA).

“Eu sempre gostei de música. Bem novinha, sempre freqüentei a Igreja adventista. Minha família toda é evangélica. Eu cantava no coral da Igreja, cantava em colégio. Aprendi tocar violão cedo e meu irmão também me incentivou. Eu levava o violão para a escola e fazia rodinhas, mas nada profissional. Eu gostava, mas não foi algo que eu corri atrás, tanto que eu estava na faculdade, terceiro semestre de jornalismo e tive que trancar”, conta.

Tays largou os estudos para se dedicar inteiramente a carreira musical. E a decisão, com o tempo, se mostrou acertada. “Tranquei porque meu empresário me ligou, hoje ele é meu amigo, mas na época não nos conhecíamos. Então, ele ligou para um amigo meu, Matheus, perguntando se ele conhecia alguma cantora que pudesse cantar em um projeto de ‘arrochadeira’, sendo que ele sabia que eu cantava, porém nunca tinha ouvido. Então ele me ligou, eu estava lá Itabuna… […] Ele disse que queria ver um vídeo meu cantando, pois ele queria montar um projeto de uma banda de arrocha com mulher no vocal”, continua.

Tays mandou um vídeo cantando, tocando violão e dançando. Aliás, poucos sabem, mas a paixão pela dança vem dos tempos em que praticava ginástica rítmica, artística e balé: “Competi até os 18 anos de idade. Saí porque minha professora tinha ido pra outra cidade”. Após a gravação, tudo começou.

“Este projeto começou do chão. Foi tudo ideia minha dele e conversamos como sobre repertório, e eu sugeri que fizéssemos uma abordagem sobre o empoderamento da mulher, e então, depois de vários nomes, Aldo escolheu: ’A Vingadora’. E falamos que seria este nome porque é um nome forte que representa a força da mulher – e até porque seria a primeira mulher no ‘arrochadeira’”, lembra.

Como em toda banda de início de carreira, a Vingadora também teve seus percalços. “As primeiras fotos que fizemos, em 2015, ficaram trágicas. Ainda bem que o primeiro CD, com apenas 4 meses de banda, fez muito sucesso em Itabuna, no Sul da Bahia. Depois fizemos nova sessão de fotos, fazendo algo mais profissional. Lançamos mais músicas inéditas, como ‘A minha mãe deixa’. […] Com 6 meses de banda, Vitória da Conquista, Itabuna, todas essas cidades abraçaram a Banda Vingadora, as casas de show já ficavam lotadas”.

No VN, em um papo que durou mais de uma hora, Tays Reis falou sobre temas como traição, religiosidade, relacionamentos e planos para o futuro. Ela ainda se posicionou sobre as polêmicas que envolveram o sucesso do hit “Paredão Metralhadora”.

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VN: Quando fizemos a nossa primeira entrevista, você estava no Salvador Fest, fazendo participação com outros artistas e não era conhecida aqui em Salvador. Pouco tempo depois, no verão, já veio a “Metralhadora” e todo esse sucesso inesperado. Me explica: como foi que isso aconteceu?

Tays Reis: (Risos) Na verdade tudo começou depois da minha participação no show de Ivete. Tem um show no Sul da Bahia, que é o maior festival de música da região e até do estado, em termos de festas de camisas, que é o “Brega Light”. Então, nessa festa que acontece em Ibicuí, ia cantar no sábado e Ivete ia cantar na sexta. Fui lá na sexta para prestigiar Ivete… Eu a conheci no camarim e ela falou assim: “Menina, hoje eu passei o dia inteiro ouvindo ‘Minha mãe deixa’”. Ela me convidou para cantar junto dela. No meio do show, me chamou, o público vibrou e eu fui. Pedi para ela para cantar a minha música, e todo mundo cantou junto e ela ficou impressionada. E a partir deste vídeo que circulou, deu esta repercussão. Nesse LP, que tinha “A minha mãe deixa”, também tinha “Paredão da Metralhadora”, mas até então a música que a gente apostava era a primeira. Isso mudou quando as academias começaram a tocar e fazer coreografia. Então, a Fitdance pegou e criou a coreografia da música e vi que teve muitos acessos. Foi um grande sucesso. Então, deram a ideia para gravar o clipe e eu topei… Tive que aprender aquela coreografia em uma semana, que eu achei muito difícil. Na verdade, tive que aprender lá no dia e ainda acabei indo para o lado errado na hora e todo mundo teve que se adaptar.

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VN: Quando você percebeu que estava fazendo sucesso?

Tays Reis: Quem está no processo não percebe e as pessoas que vão me mostrando. Porém, eu não sou de me impressionar com essas coisas. Por isso, para mim, ainda não estou fazendo sucesso, porque eu sou muito na minha e muito pé no chão.

VN: Você se inspirou em alguém?

Tays Reis: Olha, eu sempre tive Ivete como diva, como artista pop, como fã, sempre fui fã dela! Porém eu sempre gostei de outras bandas, sempre fui muito eclética, e quando eu quero ser fã, eu sou fã! Sou fã de Joelma também, porque ela é muito perfeccionista com suas coreografias e tal! Eu até imitava ela! Eu até tive uma fase que eu queria ser cantora sertaneja e até pegava meu violão imitava Paula Fernandes com “Seu pássaro de fogo…” (Risos).

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VN: Como você chegou a esse ritmo? Você que veio da Igreja… como foi essa mudança para algo mais sensual?

Tays Reis: Eu queria sair e muitas vezes a minha Igreja ou minha mãe não permitiam isso… Lá era muito severo! Eu saí da Igreja por causa disso, porque eu queria ir pra festa! (Risos). Mas eu conheço os ensinamentos, a importância. Mas eu tinha a coisa do adolescente, de querer sair, de querer curtir. Voltando a pergunta, no Sul da Bahia só rola “Arrochadeira”. Aqui é o forró e lá é o “Arrochadeira”. E para uma banda render, tem que tocar no “Paredão” e lá só toca isso.

VN: Agora vamos falar de “Salto 15”. Como você se inspirou nessa música? É parceria com Thierry?

Tays Reis: Na verdade esta canção é dele. Lançamos um CD novo chamado “Novo Desafio”, porque na vida todos os dias temos novos desafios e achamos colocar este título, pois é uma nova etapa na nossa vida, uma nova construção, novas músicas, faixas inéditas. Então, Thierry, enviou esta música para a gente. “Salto 15”, porque ele achou muito a cara da Vingadora, esta história do empoderamento da mulher. “Salto 15” é o tamanho do chifre que ele merece! (Risos) Então ficou muito bem “Vingadora”. Quando cantamos esta música, as meninas piram. Eu acho impressionante que tanto homem como mulher canta. Eu acho engraçado que  os meninos mandam vídeos deles cantando dentro do carro. Engraçado porque a música fala do caso da mulher que trai por causa de tudo que elas passaram com ele. As mulheres então se identificaram por ser Vingadora, pela questão de ser feminista. Acho que Thierry acertou!

VN: Foi você que escolheu a música ou foi um processo?

Tays Reis: Sempre é um processo! Nunca vou escolher sem meu empresário opinar, ele não deixa. Ele quer estar por dentro de tudo, De brinco, de roupa, de sapato, de foto! Se ele não fosse assim, não daria certo.

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VN: A música é sobre adultério. Não sei se você viu, mas coincidentemente Marcelo Adnet foi flagrado beijando outra mulher hoje, traindo Dani Calabresa. Você já foi traída?

Tays Reis: Não, que eu saiba não! (Risos) Eu namorei um tempo atrás, um namorinho lá em Itabuna, durou 8 meses. E engraçado que aquele primeiro namoro a gente que vai casar com aquela pessoa, que ela vai ser tudo e só vive para aquela pessoa. Depois que termina, a gente conhece outra pessoa e vira essa loucura. E se eu fui traída, ninguém sabe, até porque o que o olho não vê, o coração não sente e o meu não sentiu nada! (Risos).

VN: Já traiu?

Tays Reis: Nunca traí! Engraçado que a personagem da Vingadora tem aquela imagem tipo “vou mostrar que vou trair”, mas eu sou completamente o oposto. Gosto de namorar sério. Me apaixono fácil se eu conhecer. Eu sou uma pessoa que gosta de cinema, sou uma pessoa romântica, gosto de balada também, porém eu prefiro mais estar a dois. Do lance da Vingadora, eu gosto de ser sensual, de ser poderosa. Acho que a personagem encaixou nesse sentido daí.

VN: Você está nessa maratona de shows e é muito assediada e tal… surgiu algum romance nesse tempo?

Tays Reis: Eu não estou com romance! Ninguém quer nada sério! (Risos)  Todo mundo fica atrás de Vingadora e não quer nada com Tays! Eu gosto do cara que goste de mim como Tays, não como Vingadora. Por isso muitas cantoras ficam solteiras por muito tempo, porque muitas vezes o cara vai lá com interesse na personagem e não na pessoa.

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VN: Você já namorou muito antes da Vingadora?

Tays Reis: Não! Eu tive dois namorados, um com 16 e outro com 18. E foram namorinhos bobos mesmo, 8 ou 9 meses. Sempre comecei fazer as coisas muito tarde. Esse ano foi meu primeiro Carnaval! Eu nunca tinha saído antes! É como o “Brega Light”, a primeira vez que eu fui foi pra gravar o DVD, e eu sempre quis ir lá porque é uma festa muito estourada, que reúnem até 70 mil pessoas!

VN: Qual é o seu tipo ideal de homem?

Tays Reis: Eu procuro uma pessoa sincera, amorosa, mas pode ser um pouco ranzinza também, um meio-termo, mas não pode ser muito lesma. (Risos) Eu quero um cara romântico,que seja ruim também. (Risos). Quanto a beleza, eu não posso falar, até porque meu primeiro namorado era ridículo. Depois que terminou e eu olhei bem, eu não acreditei que eu namorei “isso”. Todo mundo falava “Tays, você linda com esse menino” e eu respondia “Que nada gente, ele é lindo!”, mas depois que eu terminei, falei: “nossa”. Mas é isso, até porque beleza não põe mesa. Eu me preocupo mais com personalidade.

VN: Você pretende casar?

Tays Reis: Eu quero casar sim! Eu sou muito antiga! Quero casar, véu e grinalda, tudo tradicional!

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VN: Agora vamos falar sobre “Paredão Metralhadora”. Você já deve estar cansada de responder sobre essa música, mas foi ela que te levou ao estrelado. Quando estourou, apesar do sucesso, também surgiram críticas. Alguns diziam que ela incitava a violência e o uso de armas. Como você vê isso?

Tays Reis: Todo mundo quer mudar o time que está ganhando! Porque muitas pessoas são egoístas e não querem que a pessoa continue fazendo sucesso. Ainda bem que eu não sou assim, sou bem positiva em relação e acho que Deus me ajuda muito por causa do seu lado. Por mais que quisessem polemizar, dizer que fazia apologia à violência, mas foi a música do Carnaval e foi o povo que escolheu, pois foi a mais tocada em todos os lugares. Ivete mesmo foi uma carta na manga, porque ela ficou cantando a música o tempo todo por vontade própria dela, ela mesmo empurrou, e ficaram com essa história de Ivete ser madrinha da minha banda e eu adorei! Até me perguntaram se ela tinha alguma porcentagem, e eu disse que não tem e falei que era dela mesma e só queria ajudar.

VN: E como ficou essa confusão com a MC Bella (acusada de plagiar a música “Paredão Metralhadora”)?

Tays Reis: Deu em nada. Eu até a conheci a MC Bella, muito gente boa, na festa do MC Gui. Ela se apresentou disse que fez uma versão da minha música. Eu falei que “tudo bem” e elogiei e a versão dela. Eu não gosto de procurar confusão, porque ficou lá divulgando e foi lá pra São Paulo. E quem não conhecia ficou conhecendo de alguma forma. Até porque, depois disso, vieram muitas versões, paródias, e por isso que estamos tão bem.

VN: E a história com o pessoal do LevaNóiz (os compositores da música “Moda do Trá”, gravada em 2012, acusaram a Vingadora de plágio)?

Tays Reis: Nesse caso, não teve nada mesmo, foram pessoas aproveitadoras que fizeram isso. Até porque, as músicas não têm nada a ver. Até porque uma pessoa leiga sabe que não tem nada a ver, ou seja, também não deu em nada.

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VN: Você acredita que vai conseguir outro sucesso como Metralhadora? Você busca isso?

Tays Reis: Eu busco! Acreditar é difícil dizer, até porque eu não esperava esse sucesso com “Metralhadora”. A música é como uma roda gigante: uma hora você tá fazendo sucesso, outra hora está em baixa, pois o mercado é muito aberto. Toda hora uma banda nova está fazendo sucesso. Mas a nossa próxima canção é a “canção” e até tem nova participação. Estamos entre essa e “Salto 15” para apostar, e também “Bumbum do mal”. Estamos escolhendo qual delas vai ter clipe, mas isso vai ser isso vai ser muito breve.

VN: Você está pensando em realizar ensaios de verão? Pode adiantar algum novo projeto?

Tays Reis: Estamos sim pensando nessa ideia de ensaios em Salvador. Ano passado fizemos na Pink Elephant e este ano queremos fazer de novo, não sei se vai ser lá, mas pretendemos fazer isso. Estamos estudando. Em termos de verão, estamos apostando neste clipe que ainda é algo que estamos decidindo. Estamos com várias ideias e vamos para São Paulo, pois o clipe vai ser gravado lá e iremos nos reunir com a Sony Music para decidir isso.

VN: Você decide os rumos da sua carreira sozinha ou entrega nas mãos de seu empresário e equipe?

Tays Reis: A minha equipe que decide, meu empresário, meu assessor que cuida das redes sociais, produtor técnico, todos eles decidem, eu sou só direcionada.

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VN: Você está rica?

Tays Reis: Todo muno está me perguntando isso, se estou rica ou não. Eu digo pra todo mundo que estou bem. Hoje eu tenho o que eu não tinha, tenho carro, tenho casa! Quando você tem o seu dinheiro, você quer comprar as suas coisas. Eu não estou rica, se eu tivesse rica, tava viajando de jatinho e não de ônibus. Estou bem, estou vivendo com meu trabalho.

VN: A Vingadora lhe proporcionou a realização de um sonho?

Tays Reis: Sim, eu sempre quis estar em nos programas nacionais. Eu sempre fiquei sonhando, vendo programas como Raul Gil, que eu sempre admirei o trabalho e dava palpite. E depois eu apareço no programa dele, chorei com ele, também chorei com Rodrigo Faro, também estive com Xuxa, Silvio Santos… E tudo isso que a Vingadora me proporcionou. E a nível pessoal, eu sempre quis ter um carro e eu consegui isso com meu próprio dinheiro, porém o que eu busco hoje é consolidar o projeto “Vingadora”. Vejo de onde Anitta, por exemplo, saiu e onde está agora. Por isso eu penso muito em consolidar isso, para também as pessoas pararem de perguntar se deu certo.