Um policial civil de 50 anos, que exercia o cargo de chefe de investigação na Delegacia Especial de Proteção à Mulher (Deam), no Rio de Janeiro, está sendo acusado por injúria, ameaça, violência psicológica e lesão corporal contra sua ex-esposa. O caso veio à tona após a vítima gravar conversas com o agente e, em seguida, encaminhar o material para a Corregedoria-Geral de Polícia Civil. Ele foi afastado do cargo.

Durante um desses diálogos, o homem diz que vai matar a ex e, depois, tirar a própria vida. De acordo com informações do O Globo, os dois se conheceram na Deam, quando a advogada precisou ir até à unidade policial pegar a cópia de um inquérito, em 2021. Os casal esteve junto por cerca de um ano.

No início do relacionamento, diz parte da denúncia registrada na Corregedoria, o policial era “um doce” e “muito presente”, mas alguns episódios fizeram com que a advogada começasse a desconfiar do parceiro, como o controle de roupas, amizades e redes sociais, além da proibição de frequentar academia com a presença de profissionais do sexo masculino.

Mudança

Ainda segundo a denúncia, as coisas pioraram em outubro do ano passado, quando a mulher decidiu colocar um ponto final na relação. “Em duas tentativas de pôr fim ao relacionamento, as discussões foram gravadas e posteriormente enviadas para perícia e nelas, fica evidente o comportamento agressivo, humilhante e controlador do acusado”, diz outro trecho da denúncia, assinada pela promotora Isabela Jourdan da Cruz Moura.

Procurada pelo O Globo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que a corregedoria do órgão indiciou o policial ao Ministério Público por violência doméstica. Disse ainda que foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar, que está em andamento. A advogada está com medida protetiva, e o policial tem que se manter afastado dela por pelo menos cem metros.

O advogado que representa o policial disse, também em entrevista ao portal, que o caso corre em segredo de Justiça e que “aguarda intimação da suposta denúncia para esclarecer os fatos alegados em juízo”.