rA auxiliar de serviços gerais Velci Rodrigues, de 39 anos, abandonou a casa onde morava em Manaus, capital do Amazonas, após a filha de 15 anos ser assassinada com um tiro no rosto na sexta-feira (25). Anna Cristina Rodrigues de Souza foi abordada por um grupo de homens em sua residência, por volta das 19h.

Segundo informações do ‘G1’, Velci presenciou o crime e disse que os homens ameaçaram ameaçaram os familiares da menina, dispararam e fugiram do local em seguida. O crime aconteceu após Velci denunciar o tráfico de drogas à polícia.

“Sou a próxima vítima”, afirmou a auxiliar de serviços gerais ao ‘G1’. Um outro filho dela, Luciano Rodrigues, de 24 anos, também foi morto por traficantes em outubro do ano passado. A família morava em uma região dominada pelo tráfico, onde os moradores tinham que seguir regras impostas pelos bandidos. Ela conta que a família, inclusive, chegou a ser proibida de receber visitas em casa.

A auxiliar de serviços gerais morava no bairro há 20 anos, mas disse que precisava salvar a vida dos outros quatro filhos de 5, 12, 13 e 19 anos. As crianças também deixaram de frequentar a escola, que fica no mesmo bairro.

“Segundo o delegado, a equipe de investigação está analisando se o crime tem relação com a morte do irmão da vítima, ocorrida há cinco meses.  Até o momento nenhum suspeito foi preso”, informou a Polícia Civil do Amazonas por meio de nota.

Ameaças

Filho mais velho de Velci, Luciano foi morto com vários tiros, após os criminosos acreditaram que a família dela havia denunciado a venda de drogas na área. A auxiliar de serviços gerais conta que depois do crime, a família passou a receber ameaças.

“Quero uma resposta, porque quando o meu filho morreu há cinco meses, procurei a polícia e dei todas as informações. Confiei em uma polícia que não me deu resposta. Mataram minha filha dentro da minha casa, não foi dentro de boca de fumo vendendo drogas. Porque se eu vendesse drogas jamais iria procurar a justiça pela vida de meus dois filhos. Meus filhos não vivem de vender drogas. Infelizmente, eu morava em uma área vermelha onde é palco de guerra”, desabafou Velci ao ‘G1’.