:: ‘Política’
Deputado critica gestão de 20 anos do PT e diz que é pré-candidato em Conquista
O deputado Herzem Gusmão (PMDB), que acompanha a obstrução de alguns projetos do governo do estado, na manhã desta terça-feira (6), criticou a gestão de 20 anos do PT em Vitória da Conquista e disse que é pré-candidato a prefeito da cidade. “Combinamos com todos os partidos que se aliaram em 2012, lá nós provocamos o segundo turno. Estamos debatendo Conquista, mas não é conversa de trás de orelha. Estamos discutindo o comércio da cidade, a agricultura, o PIB, nossas riquezas e estamos mostrando alternativas para uma cidade que não tem água, além do transporte que não avança não se moderniza. Então estamos buscando alternativas para a ciadde. Conseguimos elaborar um bom projeto que foi apreciado e quase que aprovado lá. Faltou muito pouco em 2012.
Segundo Herzem Gusmão, o partido quer que no próximo ano sejam estabelecidos critérios para a escolha da chapa. “Um dos critérios, que é praticamente universal, é densidade, é pesquisa. Nós temos três resultados de pesquisa apontando uma vitória nossa no primeiro turno. Então estamos aprimorando o nosso projeto e na mesa todos os partidos que compõem a oposição, os grandes partidos, todos aqueles que anunciaram suas pré-candidaturas e o meu nome está colocado, inserido, não estou impondo, não há oposição”, disse.
OS PRÉ-CANDIDATOS DE ZÉ CARLOS A PREFEITO, NÃO GANHAM NEM PARA CRÉU
Sabemos que fazer um sucessor no mundo político não é nada fácil, pois vencer uma eleição e se reeleger, já é uma tarefa muito difícil. Quando o mandato tem uma boa avaliação, a reeleição se apresenta sem maiores dificuldades, mas fazer o sucessor, mesmo nessa situação, fica um pouco mais difícil.
Em Itapetinga, cidade administrada pelo (PT), o prefeito José Carlos Moura já vem desgastado desde o primeiro mandato, ele conseguiu “garimpar” a maior rejeição registrada em toda história política do município.
Vale lembrar que nas eleições de 2008, José Carlos Moura, venceu o pleito eleitoral com mais de 6 mil votos de frente, onde a população pensava e entendia que renovar era preciso. Mas infelizmente o prefeito José Carlos Moura, mesmo com o apoio do Governo Federal e Estadual, deixou a desejar e muito. Ele também contou com os apoios dos deputados: Estadual, Rosemberg Pinto e do Federal, Geraldo Simões. Itapetinga perdeu e muito de 2008 para 2012.
Bastante desgastado e envergonhado até de sair na rua, o rejeitado prefeito em exercício (JCM) saiu às ruas em busca de votos. A oposição não se uniu e entregou o segundo mandato de bandeja ao grupo da situação. O prefeito José Carlos foi eleito com menos de 50% dos votos válidos.
O seu segundo mandato tem sido muito pior que o primeiro, onde o mesmo bate recorde de rejeição.
O prefeito tentou emplacar vários aliados, colocando os nomes para apreciação da comunidade, com o objetivo de fazer o seu sucessor. Até o momento nenhum nome dos que foram colocados para apreciação, decolou.
O fato de nenhum nome decolar, tem deixado a cúpula do governo JCM desesperada, onde muitos do próprio grupo já começaram a dar as cartas e apresentar pré-candidatos, sem se quer comunicar o chefe do executivo.
Depois de ter dado tudo errado nos planos de fazer o sucessor, o prefeito agora vai ter que apelar para CRÉU. Na pesquisa realizada entre os pré-candidatos de JCM, a surpresa foi “CRÉU”, que acabou pontuando com 5%.
Nossa equipe de reportagem entrou em contato com o senhor CRÉU e o mesmo, até pode aceitar ser o candidato.
“Eu posso até aceitar, mas vou impor minhas condições. Estou com muita moral na cidade e muita popularidade só cresce, então não tenho medo de participar de pesquisa com eles, estão todos desgastados e eu além de ter o nome leve, vou pontuar mais que todos juntos. Não preciso e nem quero o apoio do prefeito, pois ele não fez nada e depois vai dizer que eu vou dar continuidade, assim ele vai me complicar, pois se ele não fez nada e falar que eu vou dar continuidade, logo as pessoas vão entender que eu não vou fazer nada, finalizou”.
Por Eliomar Barreira
POLÍCIA FEDERAL INTERCEPTA MENSAGEM DE WAGNER COM EMPREITEIRO DA OAS
Diálogos obtidos pela Lava Jato mostram que ministro-chefe da Casa Civil teria ajudado executivo condenado da OAS a negociar liberação de verba quando era governador
Mensagens de telefone interceptadas por investigadores da Operação Lava Jato apontam relação do ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Jaques Wagner (PT), com o ex-presidente da empreiteira OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, um dos condenados por participação no esquema de corrupção da Petrobrás. Há conversas diretas entre os dois e também de interlocutores do governo baiano durante a segunda gestão Wagner (2011-2015) com executivos da empresa. Os investigadores suspeitam que parte das conversas trate de doações para a campanha petista na disputa pela prefeitura de Salvador.
O material ao qual o Estado teve acesso é mantido sob sigilo em Brasília e na Justiça Federal do Paraná. Os diálogos foram obtidos pelos investigadores da Lava Jato em Curitiba (PR) e remetidos à
Procuradoria-Geral da República (PGR) por haver menção ao nome do ministro, que possui foro privilegiado. Até o momento, não há inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal contra ele.
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner e o executivo da OAS, Léo Pinheiro
As interceptações são de mensagens de texto trocadas entre agosto de 2012 e outubro de 2014. Nelas, há negociação de apoio financeiro ao candidato petista à prefeitura de Salvador em 2012, Nelson Pellegrino, e também pedidos de intermediação de Wagner com o governo federal a favor dos empresários.
Investigadores colocam sob suspeita trechos cifrados de conversas que utilizam códigos, apelidos e supostos endereços que, na verdade, indicam valores pagos, de acordo com as apurações. Jaques Wagner, por exemplo, é identificado como “JW”. Os responsáveis pela investigação acreditam que ele também é o “Compositor”, uma referência ao maestro e compositor alemão Richard Wagner.
O candidato do PT à prefeitura de Salvador em 2012 era Nelson Pellegrino, citado nas mensagens como “NP” ou “Andarilho”, em alusão a “peregrino”, trocadilho com seu sobrenome. No primeiro turno daquela eleição, ele disputou o comando da capital baiana com ACM Neto (DEM) e com Mário Kertész (então PMDB), identificados nas conversas como “Grampinho” e “MK”, respectivamente.
Intermediador. No segundo turno, o candidato peemedebista decide deixar o partido, que aderiu à campanha de ACM Neto, e apoiar Pellegrino. As conversas interceptadas revelam negociações envolvendo apoio político de Kertész ao candidato petista no segundo turno e o pagamento das campanhas. Wagner aparece como intermediador direto das conversas.
Mensagem trocada entre Léo Pinheiro, condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema desenvolvido dentro da Petrobrás, e um celular identificado pelos investigadores como pertencente a Jaques Wagner, no dia 10 de outubro de 2012, mostra suposta conversa com o então governador sobre a negociação de apoio do PMDB ao candidato petista no segundo turno.
No dia seguinte, quando Kertész marcou coletiva para anunciar sua saída do PMDB, Pinheiro enviou mensagem a Jaques Wagner. “Assunto MK, preciso lhe falar. Abs.”. Um pouco mais cedo, Pinheiro havia enviado mensagem a Manuel Ribeiro Filho. Investigadores suspeitam se tratar de possível código para efetuar um pagamento. No texto, o executivo escreveu: “O endereço que filho me forneceu foi M.K. Street 3.600”. A suspeita dos investigadores é que o número se refira a um valor pago e a sigla “MK” ao destinatário do dinheiro.
Depois, os executivos da OAS chegaram a comentar: “o valor é muito alto”, em referência ao número 3.600. Troca de mensagens entre Léo Pinheiro e Cesar Mata Pires Filho, executivo da empreiteira, mostra que “JW” estaria ciente do apoio a ser intermediado ao candidato petista.
“O senhor tem alguma programação para Andarilho/Compositor??”, questionou Pires. “O Compositor me ligou ontem, disse-lhe que estava fora e que MR iria procurá-lo x MK (saldo). Se resolveríamos parte com o nosso apoio ao Andarilho ou qual seria a solução?”, respondeu Léo Pinheiro. “Acho que poderíamos resolver MK como parte do apoio…”, retrucou Pires. “Vamos aguardar o que JW decide”, completou Léo Pinheiro. No andamento das conversas, um dos executivos relata que teve reunião com o “Compositor”, que assegurou que iria “baixar” o montante. A partir daí, os executivos passaram a discutir números do suposto pagamento.
Lobby. Os diálogos interceptados dão ideia de proximidade entre o ex-presidente da OAS e o então governador da Bahia mesmo após as eleições municipais. O executivo relata ainda encontros com “JW”. Em uma das mensagens, Léo Pinheiro escreve “Governador, desculpe a ‘invasão’”, antes de enviar seu texto. Jaques responde: “Você é sempre bem vindo JW”. Em outra conversa, Pinheiro chama o governador de “nosso JW”.
Em 2014, Léo Pinheiro pede ajuda a Jaques Wagner para falar com o então ministro dos Transportes para “liberar o recurso no valor de R$ 41.760 milhões” referente a um convênio assinado em 2013. “Ok, vou fazê-lo abs domingo vamos ganhar com certeza”, respondeu Jaques Wagner, cinco dias antes do segundo turno da eleição presidencial de 2014.
Outro lado. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem até a conclusão desta matéria. O advogado Edward Carvalho, um dos responsáveis pela defesa de executivos da OAS na Operação Lava Jato, disse que não iria comentar as informações. Já Mário Kertész afirmou que é amigo de Léo Pinheiro, mas que não participou de arrecadação para campanha de Nelson Pellegrino no segundo turno da disputa municipal em Salvador, tendo oferecido apenas apoio político. Pelegrino foi procurado por meio de sua assessoria e não retornou os contatos da reportagem.
Sentimento de divisão toma conta do interior
Meu primeiro ano como deputado estadual foi marcado por muitas realizações. Eu sempre tinha um sentimento, como radialista, de que faltava representatividade política no âmbito estadual à nossa cidade, à nossa região, em Salvador e em Brasília, para que nós pudéssemos ouvir alguém brigando não apenas por Vitória da Conquista, mas por todas as cidades que compõem o Sudoeste baiano.
Cheguei à Assembleia em março e, de imediato, fiz alguns levantamentos de projetos que estavam em andamento. Eu me lembro de um em especial, o do transporte alternativo, que estava arquivado desde 2011. Depois de analisá-lo com critério, pedi o desarquivamento. Foi a senha para o governo tirar o projeto da gaveta e, contando com a colaboração das oposições, foi possível a viabilização e aprovação de um Projeto de Lei isentando em quase 80% as multas aplicadas pela Agerba. Ou seja, criamos todas as facilidades para o sistema ser operacionalizado. E esperamos que em 2016 o transporte alternativo, que sofre uma cassada implacável da Agerba e, às vezes, agrada somente aos empresários do setor, seja legalizado.
Trabalhei muito também em função da derrubada da vistoria veicular, uma cobrança ilegal, através de uma portaria inconstitucional do Detran, que feria o Código Tributário Nacional. Também elaborei vários projetos na área educacional e conheci um professor extraordinário, Edvan Ferreira, de Morro do Chapéu, que muito me ajudou. Em relação à educação, nós conseguimos chamar a atenção de Vitória da Conquista e também de toda a Bahia para as dificuldades das universidades, e, recentemente, aprovamos um PL importante de autonomia das universidades, do qual fui relator. Com isso, acabei estreitando as relações com representantes das Ads e, em função disso, fui escolhido para ser o relator.
Briguei muito para que o governo aumentasse o orçamento, brigamos contra os PLs, aumento de impostos, aumento de contribuição do Planserv, projetos que o governo tenta retirar direitos históricos alcançados e cobrei a realização de obras por parte da concessionária Via Bahia. Levei para a minha cidade, com reflexo para região, uma audiência pública de segurança. A Bahia é um dos estados mais violentos do Brasil e Conquista também está entre os municípios mais violentos do país. Também trabalhei intensamente nas Comissões em que sou membro: Direitos Humanos e Segurança Pública, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, Saúde e Saneamento e Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle.
Nós tiramos o PT da zona de conforto, nós colocamos a representatividade que Conquista merece. O PT estava acomodado no poder, e passavam uma imagem fora da realidade, como se a Bahia e Vitória da Conquista fossem ilhas de prosperidade e não enfrentassem problemas com a saúde, educação, transporte, obras paralisadas, violência, só para citar alguns exemplos.
Conquista é a grande cidade do Sudoeste, mas quando depende do poder público o que se vê é o caos. Nossa cidade é pessimamente avaliada em educação, saúde, segurança pública, o centro comercial não se moderniza, o distrito industrial está abandonado, não temos água, só promessa de duas barragens, um aeroporto regional, tão importante, não sai do papel e o presídio está pronto, mas não é inaugurado. Essa é a realidade de um governo que não vem cumprindo o papel e não dá o exemplo de que o dinheiro público deve ser tratado com mais austeridade: temos uma gastança enorme, com quase 30 secretarias, 12 mil cargos de confiança. Resumindo: não temos governo. Um exemplo de grande administração é a gestão de ACM Neto em Salvador. O governador Rui Costa tenta imitá-lo, mas não consegue porque não tem a visão política e administrativa do prefeito de Salvador. E, na ânsia de competir com o prefeito (sem conseguir, repito), o governador abandonou o interior e é o principal responsável pelo surgimento, com muita força, do sentimento da divisão da Bahia. Nós estamos abandonados. O interior está sem governo.